
A Polícia Civil de São Paulo pediu e a Justiça do Amazonas negou a prisão temporária de Gabriel Pereira Dantas, de 26 anos, o quarto suspeito de participação na execução do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, na região do Vale do Javari, em Atalaia do Norte, no oeste do Amazonas, no início de junho.
O requerimeto foi indeferido pela Justiça de Atalaia do Norte, na tarde desta sexta-feira (24).
“Ele permanece em liberdade, tendo em vista que não há indícios de ter participado dos crimes ora em apuração, já que apresentou versão pouco crível e desconexa com os fatos até o momento apurados”, diz a Polícia Federal, que cumpriu 10 mandados de busca e apreensão naquele município e em Benjamin Constant, cidade vizinha.
Na ocasião, durante as buscas, os federais apreenderam objetos, possivelmente relacionados com os delitos, como duas canoas, que segundo a PF poderiam ter transportados pertences das vítimas.
Prisão
Na última quinta-feira (23), Gabriel Pereira Dantas abordou policiais militares na Praça da República, no Centro de São Paulo, e disse que não aguentava mais fugir. Ele foi levado para a Seccional da Região Central da capital paulista.
Na delegacia, ele contou para o delegado Roberto Monteiro, que foi parar em Atalaia do Norte fugido de Manaus, porque tinha uma dívida com o Comando Vermelho. Lá, conheceu Amarildo Oliveira, o Pelado, que no dia da execução chamou ele para entrar no barco e seguir Dom Phillips e Bruno Pereira.
Em depoimento ao delegado, Dantas disse que não sabia da intenção de Pelado e foi obrigado a “dispensar os pertences dois mortos, além de desfigurar os corpos”.
Após a participação no crime, ele voltou para Manaus, de onde pegou um barco para Santarém, no Pará, e depois pegou carona com um caminhoneiro em Rondonópolis (RO) até São Paulo.
A polícia chegou toda a estória de Dantas e confirmou com o motorista do caminhão e a polícia de Góias, por onde eles passaram .
“As informações dele sempre foram muito coerentes. Repetiu a mesma estória umas dez vezes, sempre mantendo a coerência. Os depoimentos serão enviados para a Polícia Federal e será pedida a prisão prisão preventiva”, informou o delegado, antes de enviar o pedido e ter ele negado pela justiça amazonense.
Investigações
A força-tarefa responsável pelas investigações já identificou oito envolvidos nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillps, dos quais cinco não tiveram os nomes revelados e são suspeitos de participarem da ocultação dos cadáveres.
Outros dois estão presos, além de Amarildo Oliveira, o Pelado: Jefferson da Silva Lima, também assassino confesso, e Oseney Oliveira, irmão de Amarildo, que nega o envolvimento nos assassinatos.