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ButanVac foi desenvolvida nos EUA, que cedeu licença para instituto

Butanvac: vacina é ótima notícia, mas prazo anunciado é difícil de cumprir,  dizem cientistas - BBC News Brasil

Anunciada como a primeira produção de um imunizante contra a Covid-19 100% brasileira, a tecnologia da nova vacina do Instituto Butantan, a ButanVac, foi desenvolvida pelo Instituto Mount Sinai, um hospital de Nova York. A informação foi confirmada na noite de ontem (26) pelo próprio instituto ligado ao governo paulista e pelo pesquisador da tecnologia nos EUA.

Uma publicação do instituto americano foi feita em dezembro de 2020 apresentando os primeiros resultados. Na prática, o fato de já ter sido iniciado fora do Brasil não muda os efeitos da vacina, mas é um baque ao governo paulista, que chegou a anunciar a concepção e a produção totalmente nacional na manhã desta sexta.

Em uma primeira nota enviada no início da noite, o Butantan admitiu que existia a parceria com um instituto, porém não chegou a revelar o nome, alegando que não estava permitido. Posteriormente, em um segundo comunicado, disse que o acordo era com o Mount Sinai.

“Tem a licença de uso e exploração de parte da tecnologia que foi desenvolvida pela Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai de Nova Iorque, para obter o vírus. A partir disso, o desenvolvimento da vacina é feito completamente com tecnologia do Butantan. Entre as etapas feitas totalmente por técnicas desenvolvidas pelo instituto paulista, estão a multiplicação do vírus, condições de cultivo, ingredientes, adaptação aos ovos, conservação, purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses, estudos clínicos e regulatórios, além do registro”, informou.

Além disso, o Butantan disse que a ButanVac será desenvolvida “integralmente no país”, e que o consórcio internacional tem um “papel importantíssimo na concepção da tecnologia e no suporte técnico”. 

Peter Palese, professor do Departamento de Microbiologia do instituto americano e responsável pela concepção da tecnologia nos EUA, afirmou que o Butantan terá “royalty-free”, ou seja, cedeu a patente gratuitamente ao Butantan sobre a fabricação e utilização do imunizante. Disse, ainda, que é importante ter um experiente fabricante de vacinas no processo, referindo-se ao instituto paulista. “Estamos convencidos de que o Butantan é o parceiro certo para nossa vacina”, afirmou Palese.

Se aprovada nos estudos em humanos, que até então aguarda liberação para início da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, poderá ser produzida na mesma fábrica em que atualmente o Butantan prepara doses contra a influenza, a vacina da gripe. Essa estrutura costuma passar meses repleta de ovos de galinha embrionados onde crescem os vírus que vão parar depois nos imunizantes.

Esse processo, já dominado há anos pelo Butantan para a campanha contra a gripe, pode se repetir na Butanvac, já que ela tem como vetor um vírus de gripe aviária. O escolhido nos estudos foi o da chamada Doença de NewCastle, que não acomete humanos, apenas aves.

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