
Como parte da programação do Janeiro Roxo, campanha de prevenção e controle da hanseníase, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Avelino Pereira, da Prefeitura de Manaus, promoveu, na sexta-feira (12), uma caminhada de sensibilização no bairro Jorge Teixeira, zona Leste de Manaus.
A programação reuniu profissionais de saúde, moradores e representantes de grupos de idosos, que saíram em caminhada da igreja Santa Clara e percorreram as ruas do bairro com distribuição de material educativo, encerrando com palestras na UBS Avelino Pereira.
De acordo com enfermeira Reuda da Silva Sarmento, representante da UBS Avelino Pereira, a caminhada já é um evento tradicional na programação anual da Unidade de Saúde e que tem como objetivo mobilizar a comunidade para a detecção precoce dos casos de hanseníase, que é um dos objetivos do Janeiro Roxo.
“A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) promove em janeiro a intensificação das ações de prevenção e controle da hanseníase em todas as Unidades de Saúde. A caminhada foi realizada hoje pelo quinto ano e envolveu a participação de comunitários que são muito ativos nas campanhas de saúde e ajudam a disseminar as informações para a prevenção das doenças”, afirmou Reuda.
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen. A transmissão da doença ocorre de uma pessoa infectada pelo bacilo (sem tratamento) para uma pessoa sadia, por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro. As chances de transmissão são maiores, quando o contato com a pessoa doente é próximo e prolongado, em ambientes fechados, com pouca luz e pouca ventilação.
Apesar da alta capacidade de transmissão do bacilo, poucas pessoas (as mais suscetíveis) adoecem e a maior parte da população possui defesa natural contra o bacilo. O período de incubação é longo, podendo levar de dois a sete anos para que a doença se manifeste. Por isso, é importante que todas as pessoas que convivem ou conviveram nos últimos anos com uma pessoa diagnosticada com hanseníase sejam examinadas.
Em 2023, o município de Manaus registrou 105 casos novos de hanseníase. Desse total, uma proporção de 18% apresentou grau 2 de incapacidade física, ou seja, já apresentavam sequelas no momento do diagnóstico, sendo que Ministério da Saúde preconiza um percentual menor de 10%.
Para a aposentada Naíde Batista, de 59 anos, que integra o grupo de idosos “Unidos em Cristo” e participou pelo quinto ano da caminhada, o trabalho de conscientização da população é essencial.
“Já houve casos de hanseníase na minha família, inclusive tios que tiveram a doença, a gente morava no interior e o atendimento em saúde era mais difícil. Então, sei que é importante falar da doença porque as pessoas têm vergonha e medo de expor. Mas a hanseníase é uma doença como qualquer outra, todos estão sujeitos a qualquer doença e ninguém pede para ficar doente. O que temos que fazer é buscar a prevenção e o atendimento quando temos sintomas de doenças, por isso temos nossos médicos e enfermeiras na UBS”, afirmou Naíde Batista.
Os sintomas da hanseníase incluem: manchas na pele esbranquiçadas, amarronzadas ou avermelhadas, em qualquer parte do corpo, com perda de sensibilidade ao calor, ao frio, a dor e ao tato, que são mais frequentes nos braços, pernas e costas, mas podem aparecer no corpo inteiro; Sensação de fisgada, choque, dormência, câimbras e formigamento em algumas áreas dos braços, mãos, pernas ou pés; Inchaço e dor nas mãos, pés e articulações; Diminuição do suor e dos pelos, principalmente nas sobrancelhas; Redução da força muscular, sobretudo nas mãos (dificuldade para segurar objetos) ou nos pés.


