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Caprichoso é bicampeão do Festival de Parintins

Com o tema “O Brado Povo Guerreiro”, o Touro Negro da América venceu a primeira e a última noite do festival

 O Caprichoso é bicampeão seguido do Festival Folclórico de Parintins 2023. Com o tema “O Brado do Povo Guerreiro”, o bumbá azul e branco repete o feito do ano passado ao vencer novamente o boi Garantido.

Com o título, o Caprichoso soma 25 conquistas. O Garantido tem 32. Em 2000 houve empate e as duas agremiações foram declaradas campeãs.

O bicampeonato encerra a administração do presidente Jender Lobato. “É um aperto muito grande no peito. Está chegando ao fim um ciclo no qual nós começamos um projeto de reorganização do Caprichoso. E, ao mesmo tempo, conseguimos deixar o Caprichoso num patamar que a galera se apaixonou”, disse Lobato durante a última apresentação do boi, na madrugada desta segunda-feira (3).

Confira as notas parciais:

  • Caprichoso venceu com 419,8 contra 419,5 do Garantido.
  • 2ª Noite: Garantido venceu com 419,5 contra 419,8 do Caprichoso.
  • 3ª Noite: Caprichoso venceu com 419,7 contra 419,5 do Garantido.

Festival

O Festival de Parintins começou na última sexta-feira de junho. Neste ano, foi realizado nos dias 30 de junho e 1º e 2 de julho. A ordem de apresentação dos bois para o primeiro dia é definida por sorteio e depois é adotado o revezamento.

A decisão do boi vencedor do festival é feita por 10 juízes. O presidente da comissão de júri e três julgadores avaliam o Bloco A, que possui sete itens. O Bloco B e o Bloco C também são avaliados por três avaliadores cada, cada um com sete itens específicos.

Cada noite é avaliada separadamente e a apuração acontece na segunda-feira à tarde (3), após o último dia de festa. A menor nota das três atribuídas a cada item é descartada. O boi que acumular mais pontos no somatório de todos os blocos em todas as noites é declarado o vencedor do festival.

A primeira apresentação de Caprichoso e Garantido ocorreu em 1966.

As três noites

Já no primeiro subtema, apresentado na sexta-feira (30), “Ancestralidade: A semente das nossas lutas”, que compõe o espetáculo “O Brado do Povo Guerreiro”, o Caprichoso impressionou o Bumbódromo com a riqueza dos detalhes nos módulos alegóricos e a imponência que o guindaste AC 500 trouxe para a primeira apresentação do boi azulado.

(Foto: Junio Matos/A CRÍTICA)

Destaque para a Sinhazinha da Fazenda, defendida pela Valentina Cid, que chegou na arena de vestido em tons de verde. E com a ajuda do corpo cênico, a bela troca de vestido ganhou tons vívidos de um azul royal. Outro momento marcante foi durante o ritual “Yreruá – A festa do guerreiro”.

Mesmo sob forte chuva, o pajé Érick Beltrão – que também é coreógrafo do Caprichoso não se limitou e transcendeu com a evolução do item em frente aos jurados.

Na segunda noite, o Caprichoso trouxe como subtema “Resistência – O Tema da Nossa existência”. O grande destaque da segunda noite foi para a encenação de Hutukara Yanomâmi, toada de Ronaldo Barbosa que arrepiou a galera azulada e emocionou quem estava no Bumbódromo.

Cleise Simas também foi o ponto forte da noite que apesar de uma das cabeças da serpente que fazia parte de sua indumentária cair, soube improvisar e seguiu firme na evolução.

Touro Negro surgiu na galera agitando o torcedor na arquibancada (Foto: Márcio Silva/A CRÍTICA)

Já na última noite, o Boi Caprichoso encerrou o festival trazendo o subtema “Revolução: A consagração pelo saber popular”. O levantador de toadas Patrick Araújo levou a galera azulada ao delírio ao cantar toada “Viva a Cultura Popular”.

O momento coreográfico Pavu Maraúna, que trouxe a cunhã-poranga Marciele Albuquerque, a Figura Típica Regional – Contador de Histórias e o gigantesco ritual Maï Marakã, a música dos deuses, onde o pajé Erick Beltrão veio dos céus para salvar o povo Araweté, foi o ápice da terceira e última noite do Caprichoso.

A rainha do folclore Cleise Simes surge na figura típica regional, O Contador de História (Foto: Márcio Silva)

Um grande apoteose do touro negro foi com a levantadora de toadas, Paula Gomes, que cantou a toada “Toda Forma de Amor” em prol da diversidade LGBTQIAPN+. A galera transformou-se nas cores da bandeira do orgulho com os pompons nas cores rosa, laranja, amarelo, verde, lilás, azuis claro e escuro.

Caprichoso também leva título de Campeão Sustentável do festival

O boi Caprichoso também consagrou-se o Campeão Sustentável do Festival Folclórico de Parintins 2023. A galera do bumbá destinou um total de 1.017,4 kg de resíduos para a reciclagem, garantindo o título e o prêmio de R$ 20 mil, para serem investidos em ações de sustentabilidade na agremiação.

O duelo de reciclagem faz parte do projeto “Recicla, Galera”, realizado pelo Governo do Amazonas, em parceria com a Coca-Cola Brasil. Durante as três noites, as galeras item 19 disputaram entre si para ver quem destinaria a maior quantidade de resíduos para reciclagem. O Caprichoso levou a melhor pelo segundo ano consecutivo.

Na primeira noite da competição, o boi Garantido saiu na frente, com 106 kg de materiais recicláveis destinados, contra 47,8 kg do Caprichoso. Na segunda noite, o boi da Francesa virou o resultado, alcançando uma vantagem ainda pequena, com 230,6 kg, enquanto o boi da Baixa somatizou 223,8 kg de recicláveis.

A terceira noite do Festival, neste domingo (3), foi definitiva para o Caprichoso, que abriu uma vantagem de mais de 600 kg do Garantido, que totalizou na competição 378,2 kg de resíduos recicláveis destinados corretamente.

Para a Coca-Cola Brasil, patrocinadora oficial do festival há 27 anos, o “Recicla, Galera” reforça o compromisso da empresa em criar iniciativas que gerem impacto nas comunidades em que atua.

Nesta edição, além de promover a destinação correta dos resíduos recicláveis, o projeto também gerou renda para a comunidade por meio de diversas iniciativas que vão além da disputa com as galeras.

“Acreditamos que iniciativas como essa reforçam nosso compromisso com o desenvolvimento econômico e social do Estado, uma vez que beneficiam a população local”, reforça o diretor de Relações Governamentais da Coca-Cola Brasil, Victor Bicca.

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