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O boi-bumbá Caprichoso viveu uma noite de magia e exaltação às raízes dos povos originários e de matriz africana, com o lançamento oficial em Manaus do álbum “É Tempo de Retomada”. O evento estava marcado para a noite de sábado (26/04), mas devido a forte chuva que atingiu a cidade, foi transferido para o domingo (28), no Sambódromo, na zona centro-oeste.
O evento aconteceu dentro da programação do Bar do Boi, nos Ensaios do Bumbás, realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e promovido pelo Movimento Marujada, com participação dos itens oficiais, Corpo de Dança Caprichoso (CDC), Troup Caprichoso e a Marujada de Guerra
“Ficamos muito felizes que tudo está sendo preparado para o Festival de Parintins. Tenho convicção que teremos o maior festival de todos os tempos e parabenizo o Caprichoso pelo excelente trabalho que contribui para esse espetáculo”, declarou o secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, Caio André.
Paulinho Viana abriu a apresentação, seguido do Prince do Caprichoso, dando continuidade à festa, iniciada no dia anterior. Mas o momento mais aguardado foi o lançamento do novo álbum “É Tempo de Retomada”, com o apresentador Edmundo Oran e o levantador de toadas, Patrick Araújo.
Antes do grande momento, o presidente do Caprichoso, Rossy Amoedo, elogiou a torcida azulada que enfrentou o forte temporal de sábado para brincar de boi-bumbá.
“Me fizeram uma pergunta ainda a pouco: ‘Se chover é alegria?’ É tempo de retomada, a chuva é fartura, é o pasto verde nós não temos queimadas, não temos seca, não temos fome. É um momento muito especial para nós quando chove, é um momento de alegria”, frisou Amoedo.
Bastante emocionado, o presidente da Marujada de Guerra, Beto Vital, agradeceu a presença da galera. “Aquela chuva não veio à toa, veio para anunciar a nossa vitória”, afirmou.
O Touro Negro da América encantou o público ao surgir da arquibancada, aparecendo logo em seguida no palco, com Alexandre Azevedo, fazendo sua evolução. Para acompanhar e interagir com o boi de pano, a sinhazinha Valentina Cid bailou ao som da toada Rei do Quilombo.
Quem surgiu do alto e conduzida ao palco foi a rainha do folclore, Cleise Simas, com a toada “Palmares, uma invasão Caprichoso”, mostrando leveza e arrancando gritos e aplausos da galera azulada.
A todo o momento, o apresentador Edmundo Oran exaltava a apresentação dos itens individuais e interagiu bastante com o público, até relembrando do temporal que caiu na cidade na noite anterior. “Ontem (sábado) a chuva deu uma atrapalhada mas não tirou o brilho da festa. Vai ser demais, o álbum 2025 já está na boca da galera”, destacou Oran.
O Bar do Boi especial também contou com a presença de muitas crianças, acompanhadas de seus responsáveis, atendendo a uma portaria do Tribunal de Justiça do Amazonas, que permite a presença de crianças até 21h.
Ao som do Tambor de Guerra, e carregando o pavilhão azulado, a porta-estandarte, Marcela Marialva, impulsionou a torcida, fazendo uma celebração enérgica e apaixonada pela força da cultura popular.
Outro item tão aguardado pela nação azulada foi a cunhã-poranga Marciele Munduruku, que evoluiu com a toada Kãkãnemas – A Incorporação, sendo exaltada como aquela que vem das matas, gretas e cavernas, e ao ser chamada de “mãe de todas as mães”.
Para finalizar o espetáculo do Caprichoso, o pajé Erick Beltrão transformou o sambódromo num ritual, com a toada Yurupari – O Legislador.
