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Carlos Bolsonaro: Funcionários fantasmas teriam recebido R$ 7 milhões

Valor é referente ao recebido por 11 contratados no gabinete do vereador desde 2001

A defesa de Carlos Bolsonaro não quis comentar o assunto porque a investigação está sob sigilo.

Onze servidores do gabinete do vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), investigados como supostos funcionários fantasmas na Câmara do Rio, receberam R$ 7 milhões, desde 2001. As informações do documento do Ministério Público foram divulgadas pela Globo News, nesta sexta-feira (4).

O valor, que foi atualizado para os dias de hoje, é mencionado em um ofício que integra a investigação que tem como alvo o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Segundo a denúncia, um dos assessores suspeitos, Guilherme Hudson, que ficou por quase 10 anos no gabinete de Carlos, recebeu R$ 1.476.780,60. O MP ainda diz que apenas cinco dos servidores tinham crachá, o que dificultava o controle de quem era de fato funcionário do gabinete e quem agia como servidor fantasma. 

O MPRJ abriu dois procedimentos para apurar o uso de funcionários fantasmas e a prática de ‘rachadinha’, no gabinete de Carlos Bolsonaro. O órgão se baseou em duas denúncias feitas pela revista Época, em junho do ano passado, que diz que o filho do presidente empregou sete parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro.

R$ 1,5 milhão para entregar panfletos

A reportagem da GloboNews também mostrou o militar da reserva Edir Barbosa Goes, que ainda é assessor do vereador. Em depoimento, ele disse aos promotores que entregava informativos mensais e trimestrais na Zona Oeste do Rio sobre as atividades do vereador.

As entregas, de acordo com o depoimento, eram feitas de porta em porta e também em filas de bancos. Ele contou aos promotores que não tinha nenhum exemplar dos panfletos.

Para distribuir panfletos, Edir recebeu quase R$ 1,5 milhão ao longo de 11 anos. O último salário informado pela Câmara ao MP foi de R$ 17 mil, em maio do ano passado.

O que dizem os citados

A Globonews procurou a defesa de Carlos Bolsonaro, que não quis comentar o assunto porque a investigação está sob sigilo.

O advogado Jefferson Gomes, que defende Guilherme e Ananda Hudson, disse que todos os esclarecimentos necessários já foram prestados ao Ministério Público e que seus clientes jamais cometeram qualquer ato ilícito.

A Globonews já esteve na casa de Edir Góes, mas ele deixou claro que não se pronunciaria.

A defesa de Ana Cristina Valle diz o valor citado na reportagem diz respeito a vários funcionários que trabalharam por quase 20 anos no gabinete de Carlos Bolsonaro e que não há qualquer indício de que Ana Cristina tenha sido funcionária fantasma.

Em nota, a Câmara de Vereadores do Rio disse que, desde 2010, tem um portal da transparência para que qualquer cidadão tenha pleno acesso a todos os dados relativos à atividade parlamentar e que no portal também são divulgados a quantidade de servidores efetivos, comissionados e terceirizados, lista nominal de funcionários e salários.

A Câmara esclarece ainda que a Lei de Acesso à Informação deixa a cargo de cada poder a sua regulamentação e que casa estabelece que a divulgação dos vencimentos dos servidores se dê por meio de tabelas.

Diz também que no portal da transparência, disponível no site da instituição, consta também valores das funções gratificadas ou cargo em comissão e verbas específicas, como adicionais e gratificações.

Por fim, a Câmara Municipal do Rio diz que reafirma “o compromisso com a publicidade e a transparência das informações, como princípio fundamental para o aprimoramento da democracia”.

A equipe de reportagem não conseguiu contato com os demais citados na reportagem.

Fonte: G1

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