Portal Você Online

Caso Flávio: juiz autoriza acesso a conteúdo dos celulares de ex-primeira-dama de Manaus

Ex-primeira-dama de Manaus, Elisabeth Valeiko, e o genro, Igor Ferreira, tiveram os aparelhos apreendidos

Três celulares e um tablet foram apreendidos após o crime e os conteúdos serão anexados aos autos do processo, segundo a Justiça

O juiz Celso de Paula, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus, autorizou, na última sexta-feira(11), o setor de inteligência do Ministério da Justiça a extrair e compartilhar com o MP-AM (Ministério Público do Amazonas) o conteúdo de quatro telefones celulares apreendidos com a ex-primeira-dama de Manaus Elisabeth Valeiko e o seu genro, Igor Ferreira, em 2019.

O processo que investiga o assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos, em setembro de 2019, atendeu pedido do MP-AM, autor da denúncia contra Alejandro Valeiko, Elizeu da Paz, Mayc Vinícius Parede, Paola Valeiko e  José Edvandro Júnior. As informações são do site Amazonas Atual.

De acordo com o magistrado, três telefones celulares e um tablet da marca Apple foram apreendidos após o crime e “precisam ter seus conteúdos expostos nos presentes autos, pois pertencem a pessoas que, embora não sejam réus no processo, são parentes próximos dos acusados”. Celso não informou, na decisão, os proprietários dos aparelhos.

Ao contestar o pedido do MP, Paola Valeiko, irmã de Alejandro, alegou que os aparelhos foram apreendidos em outra investigação deflagrada em dezembro de 2019 contra Igor Ferreira e Elisabeth Valeiko.

Para ela, o acesso ao conteúdo dos celulares “viola a intimidade de terceiros os quais não foram indiciados e nem sequer denunciados no presente feito”. https://portalvoce.com/policia-faz-busca-e-apreensao-nas-casas-dos-envolvidos-na-morte-de-flavio/

Igor reconheceu que é um dos donos dos celulares que agora serão acessados e também alegou violação à intimidade. Ele citou que o pedido do MP ocorre 18 meses após a apreensão dos aparelhos e que nesse período “absolutamente nada” foi apurado contra ele, ou seja, não houve qualquer fato novo que justificasse o pedido.

A defesa de Igor afirmou que a Justiça já havia negado pedido para acessar o conteúdo dos mesmos aparelhos em outro processo de número 0816406-77.2020.8.04.0001, que tramita em segredo de justiça, e que só teve acesso a essa informação porque Igor é esposo de Paola e ambos compartilham os mesmos advogados.

“Bastou uma rápida análise do Procedimento nº 0816406-77.2020.8.04.0001 para esta Defesa tomar conhecimento que aqueles ‘3 (três) aparelhos Iphone e um aparelho Ipad, todas da Marca Apple’, foram apreendidos ‘dos alvos Igor Gomes Ferreira e Elizabeth Valeiko do Carmo Ribeiro’”, afirmou a defesa de Igor.

No pedido, o promotor de Justiça José Augusto Palheta Taveira Júnior citou que os aparelhos foram apreendidos no âmbito de investigação “que se relaciona à presente ação penal”. Ele sustentou ainda que a medida busca “dar celeridade de acesso aos dados extraídos para subsidiar as investigações que envolvam crimes complexos”.

Os aparelhos foram apreendidos no dia 11 de dezembro de 2019. Na época, a advogada Talita Lindoso, que compõe a defesa de Igor, afirmou que a morte do engenheiro Flávio Rodrigues havia virado um ‘palanque político’ e estava sendo usada para atingir o então prefeito Arthur Neto e a família de Alejandro.

Ao indicar o envio dos celulares à Diretoria de Inteligência e Secretaria de Operações de Inteligência do Ministério da Justiça, o órgão alegou que a maioria dos institutos de criminalística estaduais estão sobrecarregados de dispositivos móveis aguardando perícia técnica e não tem equipamentos modernos “para a realização de certos tipos de extração”.

O MP afirmou que, após a extração, o material será encaminhado para o Laboratório de Tecnologia do Ministério Público “para confecção de relatório técnico do material extraído” e que a Justiça pode, se entender viável, enviar o material para o instituto de criminalística do Amazonas para elaboração de laudo pericial indireto.

Caso Flávio – A denúncia do MP, assinada pelo promotor de Justiça Igor Starling Peixoto, contra Alejandro Valeiko, Elizeu da Paz, Mayc Vinícius Parede, Paola Valeiko e  José Edvandro Júnior narra que o corpo de Flávio Rodrigues foi encontrado no dia 30 de setembro de 2019 em uma área de mata no bairro Tarumã, na zona oeste de Manaus. https://portalvoce.com/caso-flavio-policia-faz-reconstituicao-na-casa-onde-tudo-comecou-video/

De acordo com o promotor, na noite do dia 29 de setembro, Alejandro Valeiko, José Edvandro Júnior e Elielton Magno estavam consumindo drogas e bebidas alcoólicas na casa de Valeiko, no Condomínio Passaredo, na zona oeste de Manaus, quando “ocorreram fatos no interior do imóvel”.

Por volta de 22h20, “em razão do comportamento do Alejandro no interior do imóvel”, Elizeu da Paz e Mayc Parede chegaram no condomínio em um carro Corolla, cor preta, placa PHY-8178. O documento cita que eles tiveram “autorização prévia” para entrar, mas não narra o que ocorreu no interior da residência.

Starling afirma que, às 22h30, Elielton Magno chegou ferido à guarita do condomínio e recebeu auxílio dos agentes de portaria. Às 22h33, Elizeu e Mayc saíram em alta velocidade do Condomínio Passaredo no carro Corolla. Conforme a denúncia, no banco de trás, Mayc segurava Flávio dos Santos, que estava ferido.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *