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Caso Flávio: testemunhas de defesa dos réus são ouvidas no Tribunal do Juri

Parentes e amigos do engenheiro assassinado protestam em frente ao Fórum Henoch Reis pedindo justiça

O segundo dia de audiência de instrução do ‘Caso Flávio’, que apura as circunstâncias da morte do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos, 39 anos, continuou nesta quarta-feira (28), no Fórum Henoch Reis, em Manaus, com o depoimento de testemunhas de defesa do réu.

Segundo a Justiça do Amazonas, cerca de 20 testemunhas chamadas pela defesa estavam previstas para serem ouvidas hoje, além de peritos que atuaram no caso. Ontem (27), no primeiro dia de audiência, sete testemunhas de acusação foram ouvidas.

Os trabalhos do segundo dia de audiência para a instrução relativa à Ação Penal nº 0654422-21.2019.8.04.0001, começaram por volta das 10h, conduzidos pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Celso Souza de Paula.

A Ação Penal tem como réus José Edvandro Martins de Souza Júnior; Mayc Vinícius Teixeira Parede; Alejandro Molina Valeiko; Paola Molina Valeiko e Elizeu da Paz de Souza. A audiência de instrução foi iniciada na terça-feira (27/7) com a oitiva das testemunhas de acusação, arroladas pelo Ministério Público.

“Hoje vamos dar continuidade à audiência e deveremos ouvir cerca de 20 testemunhas, arroladas pela defesa dos réus, mas, no desenrolar da audiência, os próprios advogados podem desistir de uma ou outra testemunha, se chegarem à conclusão de que essas não vão dar nenhuma contribuição maior para o processo. Por isso, não há como precisar, neste momento, o número exato de quantas pessoas serão ouvidas”, disse o juiz Celso Souza de Paula, antes de começar a ouvir as testemunhas.

O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Celso Souza de Paula, fala com jornalistas

Sobre a possibilidade de estender o período de três dias inicialmente previsto para concluir a audiência de instrução, o magistrado explicou que a intenção é cumprir o prazo programado, mas não descartou ampliá-lo, caso necessário.

“Vamos tentar ouvir o maior número de testemunhas possível para que, amanhã (quinta-feira), possamos encerrar com o interrogatório dos acusados. Mas esse prazo pode ser estendido para sexta-feira em razão da quantidade de pessoas a serem ouvidas”, afirmou o juiz.

Os promotores de Justiça José Augusto Taveira, Marcelo Augusto Almeida e George Pestana foram designados pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM) para trabalhar no caso.

Primeiro dia

O juiz afirmou que no primeiro dia de audiência, os trabalhos transcorreram dentro da normalidade, ocorrendo apenas um atraso no início, em função de a vítima sobrevivente não ter comparecido ao fórum, por não residir mais em Manaus, o que exigiu a adoção de procedimentos para ouvi-la por videoconferência.

Havia a expectativa de que uma última testemunha de acusação, arrolada pelo MP, e que não tinha sido localizada na terça-feira, pudesse ser ouvida no início dos trabalhos desta quarta, no entanto, o órgão ministerial desistiu dessa oitiva e a audiência prosseguiu direto para as testemunhas listadas pela defesa.

Além da vítima sobrevivente Elielton Magno de Menezes, no primeiro dia de audiência foram ouvidas seis testemunhas de acusação, arroladas pelo Ministério Público.

Dos cinco réus, dois continuam presos – Elizeu da Paz de Souza e Mayc Vinícius Teixeira Parede. Os demais respondem o processo em liberdade.

Encerrada a fase da audiência de instrução do processo, conforme o rito do Tribunal do Júri, será aberto prazo para que defesa e acusação apresentem suas alegações finais e, após análise pelo Juízo, poderá haver pronúncia ou impronúncia. Havendo a pronúncia, o réu será julgado por júri popular.

Saiba mais

O crime ocorreu em setembro de 2019 e têm como réus José Edvandro Martins de Souza Júnior, Mayc Vinícius Teixeira Parede, Alejandro Molina Valeiko, Paola Molina Valeiko e Elizeu da Paz de Souza. A audiência ocorre presencialmente.

A audiência de instrução estava marcada para os dias 25 e 26 de novembro de 2020, mas foi necessário alterar as datas para que a defesa tivesse acesso às mídias que se encontravam em poder do Ministério Público Estadual.

A data escolhida foi 15 de dezembro de 2020, mas também sofreu alteração. No início de junho, o juiz George Hamilton Lins Barroso se julgou suspeito para atuar no processo e caso foi distribuído ao juiz Mateus Guedes Rios, que também alegou suspeição.

Os réus

  1. Alejandro Valeiko; que vai responder por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, omissão penalmente relevante e ocultação de cadáver;
  2. Elizeu da Paz de Souza, policial militar que estava lotado na Casa Militar da Prefeitura de Manaus e, conforme investigações, seria segurança de Alejandro; responde por homicídio triplamente qualificado, fraude processual, tentativa de homicídio e ocultação de cadáver;
  3. Mayc Vinicius Teixeira Parede – que confessou o crime e responde por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e ocultação de cadáver;
  4. Paola Valeiko Molina deve responder por fraude processual.
  5. José Edvandro Martins de Souza Junior; que responde por denúncia caluniosa;

O crime

O homicídio do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos ocorreu no dia 29 de setembro de 2019, após uma festa na casa de Alejandro Molina Valeiko, filho da primeira dama, Elizabeth Valeiko. Segundo a polícia, os amigos estavam na casa de Alejandro Valeiko bebendo e usando drogas.

De repente, começou uma discussão, seguida de agressões com facas. O engenheiro Flávio dos Santos foi esfaqueado e morreu.

Ainda de acordo com a polícia, Santos foi encontrado morto no bairro Tarumã, no dia seguinte. O local onde estava o corpo fica próximo à casa de Alejandro.

De acordo com as investigações, o policial militar Elizeu da Paz de Souza, que estava lotado na Casa Militar da Prefeitura de Manaus e seria segurança de Alejandro, estava dirigindo um carro alugado da Prefeitura.

A polícia diz que o PM Elizeu de Souza foi até o condomínio, colocou o corpo no carro da Prefeitura de Manaus e saiu do local da festa.

Lutador de MMA, Mayc Parede confessou sua participação no crime ao ser preso em 2019, alegando ser o culpado pelas facadas desferidas na vítima. Ele aparece em vídeos de segurança dando entrada no condomínio onde ocorreu o crime.

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