Vizinhos relatam que choro e discussões frequentes eram ouvidos no prédio de Silvanilde e polícia investiga relacionamentos amorosos e desafetos de servidora

Cercado de mistérios, a morte da servidora do Tribunal Regional do TRabalho (TRT), Silvanilde Veiga, de 58 anos, completou uma semana no sábado (28). Ao longo dos últimos dias, os investigadores da Polícia Civil do Amazonense ouviu o depoimento de familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho do genro, da filhaha funcionários do condomínio GRan Vista, na Ponta Negra, onde ela foi encontrda morta.
Após mais de 10 pessoas ouvidas, uma das linhas da investigação aponta para o envolvimento do genro e da filha da vítima. Os depoimento dos dois duraram mais de cinco horas para retirar dúvidas e informações serem checadas pela polícia.
Durante os sete dias, investigadores isolaram o apartamento da servidora, recolheram objetos da cena do crime, materiais que possam ajudar na investigação, entre eles, uma faca, um punhal, uma camisa ensanguentada e 10 HDs do controle de segurança do condomínio, onde 160 câmeras estrão sendo analisadas pelos peritos . Até o momento ninguém foi preso por envolvimento no crime.
Depoimentos

As testemunhas começaram a ser ouvidas na última segunda-feira (23). Na ocasião, os investigadores ouviram a filha em depoimento de mais de cinco horas.
Na terça-feira (24) outras pessoas também foram ouvidas, entre eles o síndico do condomínio e o vigilante que estava de plantão no dia que aconteceu o crime.
Neste mesmo dia outras oito pessoas também foram ouvidas, porém a identidade e os depoimentos não foram revelados pela polícia.
Sobre o depoimento do vigilante, a polícia divulgou que nos relatos, o funcionário informou não ter visto atitude suspeita no local no dia do crime.
Na quinta-feira (26), o genro da vítima, Igor Gabriel Melo e Silva também foi ouvido, o seu depoimento também durou cinco horas. Ao sair da delegacia, Igor disse a imprensa que é inocente e que ele acredita no trabalho da polícia.
O delegado Ricardo Cunha, da Delegacia de Homicídios e Sequestros (DEHS), revelou que os depoimentos mais longos foram da filha, Stephanie Veiga, que encontrou a mãe morta no apartamento, e do genro, Igor Gabriel Melo e Silva, ambos com mais cinco horas e foram imprescindíveis para a resolução do caso.
Conforme informações divulgadas no decorrer dos últimos dias, Igor Gabriel teria uma dívida no valor de R$ 300 mil, com a vítima, e que nos últimos meses, genro e sogra não se entendiam por conta do valor que não foi pago a ela como o prometido.

Essas informações colocaram a filha e o genro como os principais suspeitos do caso, porém muitos mistérios ainda estão sendo investigados pelas equipes de investigações da Polícia Civil.
Choro e discussões
Assustados e ainda querendo encontrar resposta para o crime brutal que vitimou a vizinha os moradores do condomínio de alto padrão, trocam informações e especulam sobre o caso que ganhou repercussão no Amazonas desde o último sábado (21).
Circula em grupos de WhatsApp que moradores teriam ouvido com frequência fortes discussões com gritos e choro vindos de um dos apartamentos do bloco que Silvaneide morava com a filha.
As brigas, segundo os relatos, ocorriam desde 2020, mas ninguém conseguiu identificar de onde vinham os ruídos. Na época, o ex-síndico foi informado sobre o ocorrido pois os moradores acreditavam se tratar de violência doméstica.
Após a morte de Silvaneide, os vizinhos acreditam que as confusões poderiam ter ocorrido no apartamento dela.
Relacionamentos e desafetos
A equipe da DEHS investiga se a diretora da 15ª Vara do TRT tinha possíveis desafetos e relacionamentos amorosos que possam ter relação com a morte.
De acordo o delegado Ricardo Cunha, a investigação segue na linha de desvendar a vida pregressa de Silvanilde. Os investigadores querem descobrir quem eram os amigos, como era o dia a dia, se tinha relacionamentos amorosos ou desafetos, um verdadeiro panorama da vida dela.

Missa de 7º Dia
A missa de 7º dia de Silvanilde Ferreira Veiga aconteceu na noite da última sexta-feira (27), na Paróquia Militar Nossa Senhora do Sameiro, na Ponta Negra.
A cerimônia contou com a presença de familiares, amigos e servidores do Tribunal Regional do Trabalho, que prestaram prestaram as últimas homenagens para a servidora.
O assassinato
A servidora foi encontrada morta, no sábado (21), pela própria filha, Stephanie Veiga. Ela estava com marcas de golpe de faca e de estrangulamento. Ao todo, foram 12 golpes.
Conforme o relato de Stephanie à polícia, na noite de sábado, ela recebeu uma mensagem de SOS da mãe e mandou duas mensagens em retorno, porém não obteve resposta, por isso, pediu ao porteiro do condomínio, que fosse ao apartamento da genitora para verificar se estava tudo bem.
Ao retornar, ele informou que ninguém atendia, e que os veículos estavam todos na garagem.
Com isso, ela foi ao apartamento, juntamente com o namorado, e encontrou a mãe estendida no chão da sala, de bruços em uma poça de sangue. Ela relatou, ainda, que não havia sinais de arrombamento e a única coisa levada do local foi o celular da vítima. A servidora já morava no local há mais de 10 anos.
Os laudos preliminares do Instituto Médico Legal (IML) apontam que Silvanilde foi morta por asfixia, doze golpes de arma branca, entre eles, um no pescoço, e traumatismo crânio encefálico.


