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Caso Silvanilde: advogado muda versão do segurança, mas polícia diz que ele matou

A Polícia Civil do Amazonas divulgou nota, após a defesa de Caio Claudino afirmar que o suspeito quer mudar a versão do depoimento em que confessa o crime

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) divulgou uma nota, nesta segunda-feira (6), onde reafirma que, além da confissão, outros elementos “reforçam” que o agente de portaria, Caio Claudino, matou a diretora do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região Silvanilde Ferreira.

A divulgação da nota ocorre após a defesa do suspeito afirmar que ele quer mudar a versão do depoimento dado aos investigadores da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

Embora ainda não tenha apresentado nada à polícia, o advogado do agente de portaria, Samarone Gomes, levantou suspeita sobre os elementos que foram apresentados, como as imagens das câmeras de segurança do sistema interno do condomínio onde Silvanilde morava.

Para ele, se Caio Claudino tivesse assassinado a vítima, o agente de portaria estaria todo coberto de sangue.

Na sexta-feira (3), ele esteve com o suspeito no Centro de Detenção Provisória (CDP). Lá, Caio Claudino disse que nunca esteve no apartamento de Silvanilde e que não a matou.

“O Caio, no dia da prisão dele, estava muito alterado. Tinha muita imprensa, ele também estava muito assustado. Ele falava coisa com coisa. Uma hora dizia que tinha dado uma facada, uma hora dizia que não. Então, falei que ia esperar passar esse estado dele. Fui lá ontem e a narrativa dele mudou. É a narrativa dele”.

Caio Claudino foi preso no último dia 31. De acordo com a Polícia Civil, o agente de portaria estava sob efeito de drogas e matou por dinheiro.

Ao ser preso, o suspeito confessou o crime. No entanto, nesse fim de semana, ele disse à defesa que quer mudar a versão.

Na nota a Polícia Civil disse que a confissão é apenas um dos elementos corroborativos que levaram Caio a ser apontado como autor desse crime. De acordo com a a PC, no Inquérito Policial, existem outros elementos que reforçam que Caio Claudino “tirou a vida da servidora federal”.

Ainda segundo a Polícia Civil, a defesa de Caio Claudino ainda não solicitou um novo depoimento junto à Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) para apresentar os novos fatos.

Prisão mantida

No dia 1º, a Justiça do Amazonas manteve a prisão de Caio Claudino, e negou os pedidos da defesa para que ele respondesse o processo em liberdade provisória ou que fosse internado para tratamento de dependência química.

A decisão de homologar a prisão temporária de Caio Claudino foi assinada pelo juiz Caio Cesar Catunda de Souza, plantonista das Audiências de Custódia do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).

“Verifico que foram atendidas as formalidades legais necessárias para o efetivo cumprimento do Mandado de Prisão em desfavor do acusado, não se vislumbrando qualquer vício que possa macular a Ordem”, argumentou o magistrado em sua decisão.

O caso

De acordo com Boletim de Ocorrência (BO) registrado no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na madrugada do dia 22, o corpo da servidora foi encontrado pela filha da vítima, Stephanie Veiga, ainda na noite do dia 21, um sábado.

Ela estava morta dentro do apartamento em que as duas moravam. O imóvel fica no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus.

À polícia, Stephanie disse que tinha saído com o namorado, Igor Gabriel Melo e Silva. Ela afirmou, ainda, que tentou contato com a mãe duas vezes, por volta das 22h do dia 21, sem obter sucesso.

Stephanie disse que pediu ajuda ao porteiro do condomínio, que informou que ninguém atendia o interfone. O profissional disse à filha que os veículos estavam todos nas respectivas vagas.

De acordo com o BO, a filha decidiu ligar para a mãe depois que recebeu um alerta no celular.

Ainda conforme o boletim, a jovem voltou ao apartamento junto com o namorado e encontrou o corpo da mãe estendido no chão da sala, de bruços sobre uma poça de sangue. O local não tinha sinais de arrombamento e o celular da vítima foi levado.

Silvanilde era diretora da 15ª Vara do Trabalho de Manaus, do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT-11).

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