Feminicídio é o assassinato de uma mulher “especificamente em razão da sua condição de sexo feminino. A motivação do crime é o ódio, o menosprezo, a dominação ou a discriminação de gênero.

Os casos de feminicídio aumentaram 26% no Amazonas entre os anos de 2023 e 2024, segundo o documento divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
No cenário nacional e segundo dados do Atlas da Violência 2025, entre 2022 e 2023 o número de homicídios de mulheres no Brasil teve crescimento de 2,5%. A média nacional chegou a 10 mulheres mortas por dia no país.
Além disso, o estudo mostrou ainda que a letalidade atinge majoritariamente mulheres negras, uma vez que em 2023, 68,2% das vítimas eram pretas ou pardas. Entre as causas dessas violências e mortes, também há as que são motivadas por ódio ou aversão ao gênero feminino que, em casos extremos, conduz ao feminicídio.
A partir de sexta-feira (8), estará disponível no Amazonas, o site da Delegacia Virtual da Mulher, onde será possível solicitar medidas protetivas de forma online.
O site também trará informações sobre direitos previstos na Lei Maria da Penha, orientações sobre medidas protetivas e formas de identificar situações de violência.
Denúncias também podem ser feitas pelo telefone da Delegacia da Mulher no bairro Parque 10: (92) 98545-0808, inclusive por mensagens.
Operação Shamar
A Operação Shamar é uma mobilização nacional de combate à violência de gênero e conta com a integração entre diferentes forças de segurança e instituições.
A Operação Shamar, realizada entre os dias 1º e 6 de agosto em todo o estado do Amazonas, resultou na prisão de 48 suspeitos de crimes de violência contra mulheres. O balanço da ação foi divulgado nesta quarta-feira (7), mesmo dia em que a Lei Maria da Penha completa 19 anos.
A operação contou com ações de repressão, prevenção e orientação, promovidas em várias regiões do estado. Segundo o delegado Paulo Mavignier, entre os detidos estão 14 presos no interior do Amazonas, incluindo duas prisões no município de Parintins.
Sinais
Identificar os sinais desse tipo de relacionamento é difícil, porque na maioria dos casos não começa de maneira explícita, pois se estrutura aos poucos em relação às dinâmicas de controle e manipulação emocional, por exemplo.
A professora de Psicologia da Wyden, Kalina Galvão, comenta que “a relação abusiva não é só violência física, pois envolve o aspecto moral, psicológico, sexual, patrimonial, entre outros”, destaca.
Quanto aos sinais, explica que “a mulher pode vivenciar ou estar em isolamento social, pois muitas vezes o parceiro a desencoraja ou proíbe o contato com outras pessoas. Há o ciúme excessivo, controle da rotina da companheira, as roupas ou comportamentos. Esses padrões criam o de ciclo da violência: tensão, explosão e reconciliação, o que pode elevar à dificuldade do rompimento”, explica.
Além disso, a professora endossa que existe uma associação direta entre violências de gênero e o surgimento do quadro de transtorno do estresse pós-traumático, ansiedade, depressão, ideação, tentativa suicida, entre outros.


