O boletim InfoGripe também mostra que, em Manaus, a situação está em nível de alerta nas últimas duas semanas, com tendência de crescimento a longo prazo.

O Amazonas está entre os oito estados do país que registraram aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), segundo o novo boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quinta-feira (25).
Segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), divulgados nesta quinta-feira(25), de 1º de janeiro a 20 de setembro foram notificados 4.020 casos de SRAG no estado. Desse total, 1.364 tiveram confirmação para vírus respiratórios.
No mesmo período, 58 mortes foram registradas por vírus respiratórios no Amazonas. Os óbitos foram causados por:
- Covid-19: 25 óbitos;
- Influenza A: 22 óbitos;
- Rinovírus: 5 óbitos;
- Vírus Sincicial Respiratório (VSR): 3 óbitos;
- Influenza B: 2 óbitos;
- Parainfluenza: 1 óbito.
De acordo com o informe, o crescimento está associado principalmente ao rinovírus em crianças e adolescentes de até 14 anos. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) também contribuiu para o aumento dos casos em bebês de até dois anos, embora já com sinais de desaceleração no estado.
Nas últimas três semanas (31 de agosto a 20 de setembro), os bebês foram os mais atingidos: menores de 1 ano (44%), seguida por crianças de 1 a 4 anos (38%) e 5 a 9 anos (9%). As demais faixas etárias somaram: 10 a 19 anos (4%), de 60 anos ou mais (4%) e 40 a 59 anos (3%).
Entre os vírus mais identificados em amostras encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), da FVS-RCP, nas últimas três semanas, estão: rinovírus (51,3%), Vírus Sincicial Respiratório (37,7%), adenovírus (12,1%) e coronavírus SARS-CoV-2 (8,8%).
Sintomas
Os sintomas iniciais são muitas das vezes semelhantes aos de uma gripe comum, como febre, tosse e dor de garganta.
No entanto, a SRAG se caracteriza pela progressão de sintomas mais graves, como:
Dificuldade ou desconforto para respirar (dispneia);
Sensação de peso ou pressão no peito;
Baixa oxigenação no sangue (saturação de oxigênio abaixo de 95%);
Coloração azulada do rosto ou lábios (cianose).
Em crianças, podem ocorrer também:
Falta de ar;
Aumento da frequência respiratória;
Desidratação;
Menor apetite.
Qual a importância da vacinação?
A vacinação é a principal e mais eficaz forma de prevenção da Síndrome Respiratória Aguda, pois protege contra as doenças que podem evoluir para esse quadro grave, como a influenza e a covid-19, reduzindo significativamente os riscos de evoluir para suas complicações e, inclusive, a necessidade de internação.
“Além disso, a vacinação ajuda a reduzir a circulação dos vírus, protegendo também indiretamente aqueles que não podem ser vacinados”, explica o Dr. Roberto.
Crianças e idosos são grupo de risco?
Segundo o médico, sim. Crianças e idosos são considerados grupos de risco para a Síndrome Respiratória Aguda Grave.
Crianças pequenas, especialmente abaixo de 1 ano de idade, são mais vulneráveis e podem desenvolver quadros mais graves de SRAG. O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais agentes causadores de SRAG em crianças.
Idosos também têm maior suscetibilidade a infecções respiratórias e um risco aumentado de evolução para SRAG. A gripe (influenza A, em particular) é uma das principais causas de óbitos por SRAG nesse grupo.
O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.