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Centro de segurança em Manaus combaterá crimes transnacionais

Centro internacional em Manaus une forças de nove países para combater crimes na Amazônia. Formado por agentes de segurança do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

O Centro de Cooperação de Polícia Internacional ( CCPI ), coordenado pela PF (Polícia Federal), será inaugurado nesta terça-feira (9) em Manaus e funcionará com a cooperação das polícia dos países amazônicos e de estados da Amazônia Legal. Também terá apoio da Interpol, Europol e Ameripol (Comunidade de Polícias da América), informou Humberto Freire, diretor de Amazônia e Meio Ambiente da PF.

O CCPI será inaugurado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com Freire, o centro terá como principal objetivo fortalecer o combate a crimes transnacionais por meio da cooperação internacional. Segundo ele, a PF pagará os custos de policiais estrangeiros e de outros estados que integrarem o organismo de segurança.

Humberto Freire explicou que a atuação ocorrerá em três frentes: troca de experiências e técnicas no enfrentamento a crimes ambientais, intercâmbio de informações de forma mais ágil e o compartilhamento formal de investigações em andamento com outros países, de modo a alcançar organizações criminosas que operam em diferentes continentes.

“O Centro chega com ferramentas e equipamentos que fortalecem nossa capacidade de atuação aerotática, com recursos do Fundo Amazônia e parcerias institucionais”, afirmou Freire.

Conforme ele, o Centro será “um divisor de água, pois realmente quando a gente integra todas essas forças, todos esses conhecimentos, a gente consegue estar mais forte para esse enfrentamento”. “Eu não tenho dúvidas de que a gente sendo mais efetivo nesse combate, na descapitalização das organizações criminosas, a gente vai poder dar passos importantes e ter, no futuro próximo, a redução da criminalidade”.

Investimento

Conforme Nabil Kadri, superintendente da Área de Meio Ambiente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a operacionalização do CCPI ocorre no âmbito do Plano AMAS: Amazônia – Segurança e Soberania, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e gerido pelo banco.

Segundo ele, o fundo aprovou R$ 318,5 milhões para ações de enfrentamento a crimes ambientais e conexos ligados ao desmatamento e à degradação florestal. Do total, R$ 36,7 milhões serão destinados especificamente ao centro, aplicados no aluguel do imóvel por três anos e na aquisição de equipamentos, mobiliário, viaturas e lanchas.

O CCPI é considerado prioritário dentro do plano por assumir a responsabilidade de planejar, executar e monitorar suas ações. A estrutura terá papel central no combate a crimes ambientais e ilícitos relacionados, como lavagem de dinheiro, grilagem de terras públicas e sonegação de impostos.

O centro atuará em cooperação com forças de segurança de nove estados da Amazônia Legal — Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima. Apenas Amapá e Tocantins faltam designar efetivos. Agentes de países vizinhos como Colômbia, Suriname, Bolívia, Peru e Guiana Francesa também farão parte da estrutura, enquanto França, Venezuela e Equador estão em tratativas avançadas para integrar o grupo, segundo Humberto Freire.

“O CCPI é a esfera tática operacional de elaboração de todos esses planos conjuntos, de troca de informações entre países, estados e as forças federais, de segurança pública, para que a gente possa proteger esse importante bioma e também, além da Amazônia, proteger os amazônidas, porque esses também estão sofrendo, estão cooptados pelos crimes organizados, e que nós temos combatido, principalmente, no viés financeiro”, disse Freire.

Segundo o diretor, em 2024 houve a “descapitalização” do crime organizado em R$ 6,9 bilhões, sendo na área ambiental R$ 2,1 bilhões, entre inutilização de equipamentos usados em crimes ambientais e apreensão de patrimônio do crime.

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