
Um novo boletim epidemiológico, divulgado nesta segunda-feira (25), atualiza o cenário de rabdomiólise por doença de Haff no Amazonas. A atualização destaca que foram notificados 22 casos da síndrome de 1º de janeiro de 2022 até 20 de julho, sendo 19 casos atendendo à definição de caso compatível de doença de Haff e 3 foram descartados. O boletim está disponível em: https://bit.ly/3PyQwcN.
Dos 19 casos compatíveis com doença de Haff, 16 são de residentes de Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus), 1 em Itapiranga (a 227 quilômetros de Manaus), 1 em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus) e 1 em Tabatinga (a 1.108 quilômetros de Manaus).
A investigação acerca dos casos é extremamente criteriosa, já que a síndrome tem diversas causas além da ingestão de peixes. Sem contar que a síndrome ainda é de etiologia a ser esclarecida.
Sintomas
Os sinais e sintomas mais frequentes, entre os casos compatíveis, são: mialgia (dor muscular), mal-estar, náuseas, dor abdominal e dormência. Quanto às espécies de peixes consumidas pelos casos compatíveis com a doença de Haff estão pacu, tambaqui, curimatã e pirapitinga. Todos os peixes consumidos eram de vida livre.
Entre os casos compatíveis, quatro apresentavam pelo menos um fator de risco, como diabetes mellitus e hipertensão entre as comorbidades.
Surto
O Amazonas chegou a viver um surto da doença no ano passado, quando o cenário epidemiológico de rabdomiólise foram de 124 casos notificados, em 14 municípios do Amazonas. O documento está disponível no site da instituição: https://bit.ly/31oMG1W.
Do total de notificações a cidade de Itacoatira teve o maior número de casos, 37 infectados, seguindo por Parintins 12, Manaus 6, Urucurituba 4, Silves 3, Maués 2, Autazes 1, Caapiranga 1, Itapiranga 1 e Manacapuru 1.
Morte
Foi também em Itacoatira que ocorreu o primeiro registro de morte rabdomiólise – patologia associada à Doença de Haff, mais conhecida como “doença da urina preta”. Uma mulher de 51 anos morreu, no dia 1 de agosto de 2021, após ser internada no Hospital Regional José Mendes, e era de Vila do Novo Remanso, Zona Rural da cidade. A doença, se não tratada rapidamente, pode levar à insuficiência renal, falência múltipla de órgãos e a morte.
A primeira morte pela doença foi confirmada pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-RCP).
Rabdomiólise
A rabdomiólise, doença caracterizada pela quebra muscular e liberação dos constituintes das células no sangue. Essa doença pode danificar os rins, que sobrecarregados, não conseguem filtrar os resíduos concentrados na urina, levando à insuficiência renal aguda.
A Doença de Haff é uma síndrome ainda sem causa definida, caracterizada por uma condição clínica que desencadeia o quadro de rabdomiólise com início súbito de rigidez e dores musculares e urina escura.
Boletim
O boletim epidemiológico de rabdomiólise por Doença de Haff no Amazonas é produzido e divulgado pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) e pela Sala de Situação de Análise de Saúde (SASS), setores da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), instituição vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM).
Referência
A FVS-RCP é responsável pela vigilância em saúde do Amazonas. A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus. Contato telefônico da FVS-RCP: (92) 2129-2500 e 2129-2502.