Cuidados incluem consumo de água segura, higiene dos ambiente, manejo adequado e prevenção de acidentes por animais peçonhentos

Do ponto de vista de prevenção de doenças, a cheia dos rios no Amazonas exige a adoção de hábitos da população para minimizar o risco de adoecimento. Nesse sentido, a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) reforça sobre os cuidados necessários para prevenir doenças e acidentes que podem ocorrer durante a enchente e na limpeza de casas, áreas atingidas e remoção de entulhos.
A orientação da FVS-RCP, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), é válida para prevenção de doenças de veiculação hídrica e alimentar, como diarreia, hepatite A, leptospirose e outras infecções; além de evitar acidentes por animais peçonhentos, como os que envolvem serpentes, escorpiões e aranhas.
De acordo com a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, o enfrentamento aos impactos das inundações no Amazonas exige uma atuação integrada com a contribuição da população. “É fundamental que as pessoas estejam atentas às orientações de prevenção, principalmente no cuidado com a água, com os alimentos e na limpeza dos ambientes”, ressalta.
Como parte das ações preventivas, a FVS-RCP publicou, no dia 26 de maio, Nota Técnica que orienta a intensificação da vigilância, prevenção, controle e vigilância laboratorial da leptospirose, disponível em: https://encurtador.com.br/SRISa.
A FVS-RCP integra o Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais do Governo do Amazonas, contribuindo com ações estratégicas de prevenção e controle de agravos relacionados às enchentes.
Nesse sentido, a FVS-RCP, em conjunto com a SES-AM, emitiu um plano de contingência específico para o contexto de inundação no Amazonas, documento destinado às secretarias municipais de saúde. “O plano é uma forma de preparação do setor Saúde diante de emergências em saúde pública por inundação, que exige ação coordenada entre diferentes instituições”, destaca o responsável pelo Planejamento, Emergências em Saúde Pública e Ações Estratégicas da FVS-RCP, Augusto Zany.
Consumo de água
Entre as principais medidas está o uso de água própria para consumo humano. Em situações de inundação, há risco elevado de contaminação por água. Por isso, a FVS-RCP distribuiu, de janeiro até 27 de maio de 2025, 2,3 milhões de unidades de hipoclorito de sódio (concentração de 2,5%) para atender os municípios amazonenses.
O insumo é essencial para a desinfecção da água, tornando-a segura para beber. O uso correto do hipoclorito consiste em adicionar duas gotas a cada litro de água, misturar bem a água para garantir que o hipoclorito seja distribuído uniformemente, tampe o recipiente e aguarde 30 minutos antes do consumo.
Esse procedimento elimina microrganismos que causam doenças, como doenças diarreicas agudas. Na ausência de hipoclorito, ferva a água por 5 minutos após o início da fervura. Deixe esfriar antes de consumir.
Preparo de alimentos
Além da água, a FVS-RCP orienta cuidados no armazenamento e preparo de alimentos, que devem ser bem lavados e, sempre que possível, cozidos.
Durante a cheia, é fundamental evitar contato com água contaminada, lama ou locais alagados, que podem estar infectados pela urina de animais, especialmente ratos, aumentando o risco de leptospirose.
“Nas localidades que estão em fase de pré-cheia, as famílias devem se organizar para proteger alimentos, utensílios e água potável. Durante a inundação, é essencial evitar contato com a água contaminada e utilizar o hipoclorito na desinfecção da água”, orienta a gerente de Vigilância de Doenças Transmissíveis da FVS-RCP, Lilian Furtado.
Limpeza de ambientes
No período pós-cheia, a FVS-RCP reforça os cuidados na limpeza de residências e demais ambientes, usando luvas, botas e soluções desinfetantes, além de manter a vigilância dos sinais e sintomas das doenças.
Proteção contra animais peçonhentos

O período de cheia e pós-cheia é quando animais, como serpentes, escorpiões e aranhas procuram abrigos em locais secos. Esses locais podem ser residências ou locais com acúmulo de entulhos. A orientação é evitar entrar em contato direto com esses animais no momento da retirada deles do ambiente.
Em caso de contato com esses animais, busque uma unidade de saúde imediatamente. Faça a limpeza do local da agressão com água e sabão. Além disso, mantenha o paciente em repouso.