
O prefeito de Manaus, David Almeida, anunciou, na manhã desta segunda-feira (13), que vai decretar estado de calamidade pública em razão das fortes chuvas que atingiram a cidade de Manaus no último domingo (12).
“Eu vou decretar calamidade pública. Inclusive, estava com o secretário nacional de Defesa Civil conversando sobre isso, e nós estaremos amanhã com o presidente (da República) levando todo o levantamento dessas áreas e do que aconteceu no dia de ontem. Já levo o decreto em mãos para o governo federal. Com isso, agiliza a tramitação da liberação de recursos”, informou Almeida durante o resgate das vítimas soterradas no deslizamento no Jorge Teixeira, na Zona Leste da capital amazonense.
De acordo com o prefeito, na parte alta do barranco havia um lixão irregular. “Ali em cima se fez uma lixeira viciada. Muitos carros e caçambas jogavam lixo. Com o grande volume de chuva ontem – na Zona Leste caiu 96 milímetros -, isso acumulou. Mesmo após a chuva ter passado, aconteceu esse deslizamento de terras que vitimou oito famílias”, declarou David.
O coronel do Corpo de Bombeiros, Frank Borges, disse que, inicialmente, o trabalho foi feito manualmente, sem uso de máquinas.
“Fizemos a remoção de terra manualmente. As vítimas estavam sob escombros, madeiras e tijolos. Praticamente tinha um metro e meio de terra sobre elas. Então, é muito trabalhoso e demorado esse tipo de serviço”, disse o coronel.
A prefeitura informou que 74 pessoas estão abrigadas em uma escola pública na zona leste. Eles receberão auxílio-moradia da prefeitura.
O prefeito anunciou reunião com o presidente Lula nesta terça-feira (14), em Brasília, ajuda do governo federal para conceder moradia digna aos moradores do local.
“Estamos auxiliando os moradores na retirada de seus pertences. Vamos remover todas as casas aqui. Já estive falando com o ministro Waldez Góes [ministro da Integração Nacional] e com o secretário nacional da Defesa Civil [Wolnei Barreiros]. Vou decretar calamidade pública. Esses moradores receberão auxílio-aluguel”, disse Almeida.

Oito pessoas, sendo quatro crianças com idades entre 5 e 7 anos, morreram soterradas. Segundo David, entre os mortos estão venezuelanos.
“Nós já chamamos aqui a ACNUR [ Agência da ONU para Refugiados] porque a maioria dos moradores são venezuelanos – inclusive, vítimas foram venezuelanos – para que eles possam nos auxiliar”, disse David.
“Fica até difícil ajudar porque eles não tem documento. E a gente está providenciando. Mas, naquilo que a prefeitura pode, está dando auxílio-aluguel, estamos abrigando na igreja, agora vamos colocar na escola, dar alimentação e prover algum auxílio. Quem não tiver auxílio vai receber da prefeitura”, completou o prefeito de Manaus.
Ainda conforme o prefeito, com a forte chuva em Manaus, a Defesa Civil do município recebeu 110 chamadas de socorro, mas nenhuma delas veio da área em que houve a queda do barranco.
No centro geográfico da capital Amazonenses, onde está localizado o Vieiralves, uma área residencial e comercial de classe média da cidade, a Comunidade da Vila Amazonas, nas margens do Igarapé do Mindu, teve ruas e casas inundadas com a elevação do leito do igarapé (veja abaixo).


