Estudo é uma parceria entre pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam),Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Itabirito (MG)
Um estudo brasileiro está investigando o potencial do mastruz como fitomedicamento, remédio de origem vegetal, para uso contra a Covid-19. A pesquisa conta com cientistas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam),Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Itabirito (MG). O estudo está em fase preliminar e os pesquisadores alertam que o uso do mastruz como remédio caseiro pode representar riscos. A decisão de investigar o mastruz (Dysphania ambrosioides, syn. Chenopodium ambrosioides) partiu de relatos, mundialmente conhecidos, de que a planta tem efeitos benéficos contra doenças respiratórias.
Em maio, o estudo foi publicado no fast track da Revista Internacional Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Intitulada ‘Flavonoid glycosides and their putative human metabolites as potential inhibitors of the SARS-CoV-2 main protease (Mpro) and RNA-dependent RNA polymerase (RdRp)’, a publicação apresenta, por meio de uma abordagem computacional, o potencial de compostos presentes no mastruz como inibidores de enzimas envolvidas na replicação do vírus SARS-CoV-2, responsável por causar a Covid-19. Participam da estudo os pesquisadores Felipe Moura da Silva, Emmanoel Costa, Maria Lúcia Pinheiro, Antonia de Souza e Afonso de Souza e o pós-graduando Luiz Paulo de Oliveira, da Ufam, o pesquisador Hector Koolen, da UEA, e a pesquisadora Katia Pacheco da Silva, de Minas Gerais.
Os cientistas explicaram que os flavonóides presentes no mastruz e seus derivados, que ocorrem no organismo humano após a ingestão, apresentaram boa capacidade de ancoragem a enzimas do vírus, inibindo-as e indicando, preliminarmente, o seu potencial contra a Covid-19. “O mastruz tem origem na América Latina e está presente no Brasil e em várias partes do mundo. Esta planta é relatada por muitos povos no tratamento de doenças respiratórias e a ela são atribuídas propriedades expectorante, cicatrizante, anti-inflamatória e antiviral, entre outras. A motivação do início das pesquisas do mastruz foram, portanto, as propriedades a ela atribuídas, hipoteticamente úteis para o combate a covid-19”, relataram os pesquisadores.
A abordagem computacional, usada pelo estudo, é teórica (in silico) e simula processos naturais em um ambiente virtual. No caso específico, a abordagem utilizada, chamada de ancoragem molecular, permitiu simular as interações de substâncias conhecidas (ligantes) com enzimas específicas do coronavírus. O resultado sugere as substâncias rutina e nicotiflorina, dois dos principais flavonóides do mastruz, como possíveis alternativas no combate ao coronavírus.
O estudo aponta a rutina como uma possível alternativa à heparina de baixo peso molecular (HBPM), devido aos seus efeitos anticoagulantes e anti-inflamatórios e sua proteção potencial contra lesões agudas do pulmão (LAP). “O estudo computacional é um primeiro passo e tem, por natureza, diversas limitações. Somente estudos mais aprofundados, in vitro, in vivo e clínicos, poderão nos conduzir a um porto seguro sobre o uso da planta e dos seus flavonóides ou outras substâncias que sejam detectadas, como medicamento – há um caminho longo até lá. Obviamente, são necessárias mais pesquisas para atestar os resultados relatados no paper (artigo científico). No entanto, nos parece evidente, a necessidade de investigar o potencial de D. ambrosioides como fitomedicamento para uso contra Covid-19″, explicaram.
Eficácia como remédio caseiro – Os pesquisadores esclareceram também que não há comprovação de que a planta seja um remédio caseiro para prevenção ou tratamento da Covid-19. “Não podemos indicar o uso da planta como remédio caseiro. As pessoas têm tomado o chá, tendo ou não a Covid-19, como algumas têm relatado, inclusive porque a planta tem sido utilizada para diversos fins em todo o mundo. É evidente que mesmo um chá utilizado por pessoas em diversos países, como é o caso, pode ser prejudicial se for utilizado de forma errada e abusiva. É importante pontuar que, havendo a Covid-19, o uso da planta não dispensa os cuidados médicos, pois não existe, até onde temos conhecimento, estudos conclusivos que garantam que esta planta é remédio contra essa pandemia”, alertaram.
A publicação também explica que esse estudo não é conclusivo e precisa ser confirmado ou desmentido por estudos mais aprofundados. “Aqui, vale alertar às pessoas que consomem o mastruz por algum motivo, que as sementes e as flores, bem como a planta crua, podem causar intoxicação, conforme descrição na literatura científica. Destaque-se também que o mastruz é relatado como abortivo, não devendo ser consumido por mulheres grávidas”, finalizaram os pesquisadores. Os próximos passos da pesquisa são os estudos in vitro, in vivo e clínicos. De acordo com a Ufam, há uma parceria entre a Federal do Amazonas e a Universidade de São Paulo (USP) para seguir com ensaios de células infectadas com o coronavírus.
Conheça os 6 benefícios do mastruz para diversas enfermidades
Fortalecimento do sistema imunológico
O mastruz possui em sua composição uma grande quantidade de vitaminas, dentre elas a vitamina C, dessa forma se torna um grande aliado na proteção do nosso corpo, aumentando nossas defesas e fortalecendo nossa imunidade. Por conter essa grande quantidade de vitamina C, o mastruz também é capaz de auxiliar no tratamento de gripes e resfriados. Basta à ingestão de uma xícara de chá feito com a planta que já será possível sentir alivio dos sintomas.
Alivio para problemas respiratórios
Quem possui problemas respiratórios pode e deve fazer uso da planta em momentos de crise, pois ela é capaz de fazer a limpeza do muco e do catarro do nosso organismo. Sendo assim, em uma crise de asma, rinite ou sinusite, basta ingerir uma xícara de chá das folhas de mastruz para já sentir uma melhora significativa. Outra forma de ingerir a erva é a misturando com leite, uma poderosa combinação para eliminação do catarro.
Auxilia no tratamento de problemas digestivos
Um remédio natural para os problemas digestivos é o chá das folhas do mastruz. Pode ser utilizado em casos de má digestão, após o consumo de comidas mais gordurosas ou pesadas e até mesmo para crises de gastrite, causando alívio rápido para as dores que tanto incomodam. Outro benefício é sua eficácia contra a flatulência.
Acelera cicatrização de machucados
Suas folhas possuem uma grande quantidade de óleos essenciais, fazendo com o seu chá seja um ótimo cicatrizante, que pode ser utilizado até mesmo em machucados que estejam sangrando. O chá do mastruz é capaz de acelerar a cicatrização, fazendo com o ferimento pare de sangrar mais rapidamente, além de evitar o surgimento de hematomas.
Poderoso no auxilio contra parasitas e bactérias intestinais
Por sua poderosa combinação de vitaminas e minerais, o mastruz possui uma significativa ação antibacteriana, se tornando um remédio potente contra parasitas e bactérias intestinais.
Alivio de cólicas menstruais
Devido as suas propriedades calmantes, o chá de mastruz auxilia no alivio das cólicas menstruais, até mesmo as mais fortes.
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