Portal Você Online

Cinco anos do primeiro caso de Covid-19 no Amazonas que continua matando no estado; relembre

O primeiro caso de Covid-19 do Amazonas completou cinco anos nesta quinta-feira (13). A pandemia que se avizinhava da região amazônica foi decretada dias antes pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A partir dali um “novo normal” se instalava e muitas incertezas ainda estavam por vir.

Manaus e, consequentemente, todo o estado, foram uns dos locais que mais sofreram os efeitos da doença em todo o Brasil. Dentre elas, restrição da circulação de pessoas, fechamento do comércio, hospitais lotados, crise pela falta de oxigênio, e mortes. No Amazonas, 14.546 pessoas morreram em decorrência da doença.

A fim de relembrar este período que ainda é tão vivo na memória de muitos amazonenses, a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Tatyana Amorim falou aos jornalistas. Ela trouxe detalhes sobre os desafios enfrentados no período.

“Nós vivemos a maior crise sanitária no mundo e aqui no Amazonas não foi diferente. Nós tivemos vários aumentos de casos no decorrer desses cinco anos, que foram chamados de ‘ondas’. […] A cada ‘onda’ nós tivemos uma experiência. Como era algo desconhecido e novo, não sabíamos a magnitude do que íamos enfrentar”, relembrou Tatyana.

Apesar de em 11 de março de 2020, a Covid-19 ter sido caracterizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma pandemia, tal título nunca foi revogado, isso porque o que se encerrou foi a Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Enquanto o segundo é um instrumento operacional, o primeiro é um conceito epidemiológico.

Avenida Djalma Batista vazia durante toque de recolher na pandemia

O Amazonas foi um dos principais locais atingidos pela segunda onda de covid-19, resultando em uma crise de falta de gás oxigênio nas unidades hospitalares do estado.

Vacina salva

Desde o início da propagação do “Novo Coronavírus” em Wuhan, na China, em dezembro de 2019, a FVS já vinha se preparando para adotar as medidas necessárias para quando a doença chegasse no estado. No entanto, Tatyana Amorim explicou que foi necessário enfrentar a Covid-19 enquanto se aprendia sobre ela.

“Nós sabíamos como nos organizar para enfrentar um patógeno. Só não sabíamos que teríamos essa explosão de casos e óbitos de forma rápida. Eu marco a pandemia em dois momentos, antes da vacina e pós-vacina. A gente só conseguiu realmente reduzir o impacto quando nós tivemos a introdução da vacina”, comentou a diretora-presidente.

Conforme dados do Ministério da Saúde (MS), até essa quarta-feira (12), 9.040.216 doses de vacinas contra a covid-19 foram aplicadas em todo o estado. Cinco pessoas morreram neste ano pela doença.

Em Manaus, 90,47% da população vacinável tomou a 1° dose do imunizante. Cerca de 79,97% destas pessoas completaram o ciclo vacinal contra o Coronavírus.

Luto não vivenciado

Uma das perdas mais marcantes da pandemia foi a da então diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde, Dra. Rosemary Costa Pinto, que estava na linha de frente do Combate a covid-19.

Com mais de 27 anos de carreira, a epidemiologista foi uma das responsáveis pela implementação da FVS, sendo a primeira mulher a presidir a instituição do Governo do Amazonas.

Rosemary Costa Pinto foi diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas

“Quando iniciou a pandemia, a Dra. Rose sempre trabalhou junto conosco e nos preparou muito. Ela sempre será a nossa bússola e todos os ensinamentos a gente segue com o legado. Foi um momento difícil, foi um momento doloroso e que, até hoje, nós não tivemos a oportunidade de vivenciar o nosso luto”, destacou Tatyana Amorim.

Conquistas permanentes

Tatyana Amorim ressaltou que no último ano os especialistas da área da saúde observaram uma melhoria nas coberturas vacinais de maneira geral, mas que ainda é preciso avançar. Ela também destaca a manutenção da ampliação de leitos clínicos e de UTI e a Diretoria de Emergências Públicas, que também segue em plena atividade.

“Acredite na ciência. Nós convivemos com o Sars-CoV, que é causador da Covid-19 e já é um vírus que no período de sazonalidade está aí. A gente enfrenta aumento de casos, mas que não causa mais tanto a dor e sofrimento, porque a gente tem a vacina e os tratamentos voltados especificamente para a doença”, declarou a especialista.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *