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Cine Teatro Guarany: Mostra Manaus Filme Fantástico homenageia Márcio Souza

Conhecido principalmente por sua obra literária, o escritor, teatrólogo, roteirista, dramaturgo e cineasta Márcio Souza é o grande homenageado da 5ª edição da Mostra Manaus Filme Fantástico, que está em cartaz até o dia 14 de novembro, no Cine Teatro Guarany, em uma realização do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Para alguns, pode não ser fato conhecido, mas a verdade é que a relação de Márcio Souza com o cinema sempre foi muito íntima e constante, ao longo de toda a sua vida. O roteiro e direção do filme “A Selva” (1970), baseado no romance do escritor português Ferreira de Castro, é a mais célebre incursão de Márcio Souza no mundo do cinema, mas está longe de ser a única.

Não por acaso, a introdução do escritor no mundo das letras, se deu por intermédio das críticas de cinema no jornal “O Trabalhista”. A partir daí, sua relação com o cinema não se limitou às críticas; ele se tornou roteirista e diretor, e sua paixão pela Amazônia permeou tanto suas obras cinematográficas quanto seus romances e ensaios.

“O Márcio Souza, como cineasta, dirigiu e roteirizou o filme ‘A Selva’, baseado na obra de Ferreira de Castro. E esse filme foi muito importante porque, no começo dos anos 70, ele deu visibilidade à Amazônia, a cidade de Manaus, a produção cinematográfica local contemporânea”, afirma Sérgio Cardoso, coordenador da Mostra Manaus Filme Fantástico.

“Já tínhamos tido referências com Silvino Santos, Roberto Kahane, mas aí ele faz esse filme dramático. Importantíssimo. Ano passado, nós exibimos ‘A Selva’ no Cine Teatro Guarany e ele ficou muito emocionado”, conta Cardoso, que também é cineasta e dirigiu o documentário sobre Márcio Souza, que será exibido na mostra.

“Nós conversamos muito sobre o significado desse filme. E fora isso, ele fez outros, filmes, curtas-metragens. E ele fazia crítica cinematográfica nos jornais de Manaus. Tem um livro chamado Mostrador de Sombras, que é o primeiro livro dele que reúne todas as crônicas dele nos jornais de Manaus “, relembra Sérgio Cardoso.

O cinema é, portanto, uma presença constante na vida e obra de Márcio Souza, além de ter sido uma porta de entrada para o mundo das artes. “O Márcio foi um artista de muitas frentes de trabalho. Do cinema ele parte para o teatro e escreve obras memoráveis, como ‘A Paixão de Ajuricaba’, ‘As folias do látex’ e tantas outras obras”, afirma Sérgio Cardoso.

A Mostra

Desde o dia 29 de outubro e até o dia 14 de novembro, o Cine Teatro Guarany, localizado na avenida Sete de Setembro, Villa Ninita, anexo ao Palácio Rio Negro, Centro, zona sul de Manaus, está abrigando a quinta edição da Mostra Manaus Filme Fantástico, promovida pelo Governo do Amazonas, por intermédio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Com uma programação extensa, o evento promete oferecer uma janela vibrante para o cinema alternativo, com curtas e longas-metragens de diversos gêneros. Entrada gratuita.

Com curadoria de Márcio Nascimento, a mostra recebeu mais de 130 inscrições de curtas-metragens, além de 14 longas, incluindo produções nacionais e internacionais.

“A Mostra começou focada em filmes de horror e suspense, mas expandimos nossa proposta para abarcar outras categorias, como animações, videoclipes, documentários e filmes com temáticas LGBTQIA+”, explica Márcio, que integra a equipe do Departamento de Difusão Cultural, coordenada pelo diretor Sérgio Cardoso.

Um dos destaques desta edição é a homenagem ao cineasta e escritor amazonense Márcio Souza, falecido em agosto deste ano. O encerramento da Mostra Manaus Filme Fantástico, no dia 14 de novembro, contará com a exibição de um documentário sobre o cineasta, dirigido por Sérgio Cardoso, com o último depoimento em vida do homenageado.

Com uma capacidade para 96 pessoas e estrutura de projeção em Full HD, o Cineteatro Guarany reafirma sua importância como espaço cultural de Manaus. “Além de exibir filmes, a mostra também é um formador de plateia. É um espaço para a juventude, para quem gosta de cinema e para quem sente falta das salas de rua que já tivemos no centro”, destaca Márcio.

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