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Citado pelo JN no caso Marielle, Bolsonaro ataca TV globo

O presidente Jair Bolsonaro gravou vídeo, às 4h da madrugada no Oriente Médio, para rebater matéria, que foi ao ar na noite desta terça-feira (29) no Jornal Nacional da TV Globo, onde segundo registro da portaria do seu condomínio no Rio, um dos acusados de matar a vereadora Marielle Franco esteve no dia do crime e que ele, Bolsonaro, teria autorizado a entrada do suspeito. Nesse dia e hora, o presidente, então deputado federal, estava numa sessão da Câmara dos Deputados, em Brasília, de acordo com registros do painel de presença da casa legislativa.

Bolsonaro (PSL) usou o Facebook e, muito exaltado, abriu guerra contra a emissora e sobrou também para o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que, segundo o presidente, teria vazado o processo sobre o assassinato para a TV Globo.

O presidente ressaltou que jamais poderia estar na sua casa no condomínio, uma vez que estava em Brasília participando de sessões da Câmara – à época, era deputado federal.

Segundo ele, o porteiro do condomínio, que, de acordo com a reportagem, teria dito que um dos envolvidos no caso, o ex-policial militar Elcio Queiroz, teria anunciado na portaria que iria à casa 58, de propriedade do presidene, mas acabou indo para a de Ronnie Lessa, outro envolvido, teria sido forçado a dar esta declaração ou não leu o processo. “Ou ele mentiu ou o induziram a um falso testemunho”, disse o presidente.

O presidente acusou diretamente o governador Witzel de ter vazado o processo conduzido pela Polícia Civil, que corre em sigilo, para a Globo. A intenção de Witzel, segundo Bolsonaro, é destruí-lo e, assim, ficar sem um concorrente de peso nas eleições presidenciais de 2002.

Na live, o presidente mandou recados duros ao governador: “O senhor só se elegeu governador porque ficou o tempo todo colado com meu filho.”, disse, para depois ressaltar que a família Bolsonaro foi traída por Witzel.

“Por que querem me destruir? Por que essa patifaria? São canalhas, patifes. A morte de Marielle não vai colar [em mim]. Parem de trair o país. Vocês estão destruindo o Brasil. Mas sei porque fazem isso. Não tem mais dinheiro público para vocês. Acabou a mamata. Só converso com vocês em 2022. Estou no meu limite com vocês. Mas não tem como me pegar. É uma imprensa porca, canalha e imoral.”

Saiba mais

De acordo com a reportagem do JN, registros da portaria do Condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde mora o principal suspeito de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, o sargento aposentado da Polícia Militar Ronnie Lessa, mostram que horas antes do assassinato, no dia 14 de março de 2018, o outro suspeito do crime, ex-policial militar Élcio de Queiroz, expulso da corporação em 2015, entrou no condomínio e disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro, de número 58. Os registros de presença da Câmara dos Deputados, no entanto, mostram que Bolsonaro estava em Brasília no dia.

De acordo com o JN, o porteiro trabalhava na guarita que controla os acessos ao condomínio no dia do crime. Às 17h10 do dia em que Marielle e Anderson foram mortos, o porteiro registrou no livro de visitantes o nome de Élcio, o modelo do carro, um Logan, a placa, AGH 8202, e a casa que o visitante iria, a de número 58. Élcio é acusado pela polícia de ser o motorista do carro usado no assassinato da vereadora e do motorista.

Ainda segundo o JN, o porteiro contou que, depois que Élcio se identificou na portaria e disse que iria para a casa 58, ele ligou para a residência para confirmar se o visitante tinha autorização para entrar. Ele afirmou ainda, em dois depoimentos, que identificou a voz de quem atendeu como sendo a do “seu Jair”.

No registro geral de imóveis, consta que a casa 58 pertence a Jair Messias Bolsonaro. O presidente também é dono da casa 36, onde vive um dos filhos dele, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSL).

O porteiro explicou que, depois que Élcio entrou, ele acompanhou a movimentação do carro pelas câmeras de segurança e viu que o carro tinha ido para a casa 66 do condomínio. A casa 66 era onde morava Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle e Anderson. Lessa é apontado pelo Ministério Público do Rio e pela Delegacia de Homicídios como autor dos disparos.

No depoimento, o porteiro disse que ligou de novo para a casa 58 e que o homem identificado por ele como “Seu Jair” teria dito que sabia para onde Élcio estava indo.

Câmara registrou presença de Bolsonaro

Os registros da Câmara dos Deputados mostram que Bolsonaro estava em Brasília naquele dia. O então deputado registrou a presença em duas votações no plenário: às 14h e às 20h30. No mesmo dia, Bolsonaro também postou vídeos nas redes sociais do lado de fora e dentro do gabinete em Brasília.

Fontes disseram à equipe do Jornal Nacional que os dois criminosos saíram do condomínio dentro do carro de Ronnie Lessa, minutos depois da chegada de Élcio. Eles teriam embarcadono carro usado no crime nas proximidades do condomínio.

Segundo o Jornal Nacional, a guarita do condomínio tem equipamentos que gravam as conversas pelo interfone. A Polícia trabalha para recuperar os arquivos de áudio para saber com quem, de fato, o porteiro conversou naquele dia e quem estava na casa 58.

De acordo com a reportagem, após o depoimento do porteiro, representantes do Ministério Público do Rio foram até Brasília para fazer um consulta ao presidente do Supremo Tribunal Federal, o minisitro Dias Toffoli.

Sem avisar o juiz do caso aqui no Rio, eles questionaram se podem continuar a investigação depois que apareceu o nome do presidente Bolsonaro. O encontrou ocorreu no último dia 17. O presidente do STFainda não respondeu

Defesa diz que depoimento é mentira

O advogado Frederick Wassef, que defende Bolsonaro, contestou o depoimento do porteiro e disse que é uma tentativa de atacar o presidente.

— Eu nego isso. Isso é uma mentira. Deve ser um erro de digitação, alguma coisa. É o caso de uma investigação por esse falso testemunho — disse Wassef.

O MP-RJafirmou que as investigações estão a cargo da Delegacia de Homicídios, que é subordinada à Secretaria de Polícia Civil, e que o Grupo de Atuação Especial do MP acompanha o caso.

A Polícia Civil disse que a Delegacia de Homicídios investiga o caso junto com o Grupo de Atuação Especial do Ministério Público.

As defesas de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz não responderam às tentativas de contato do jornal Nacional. Até a divulgação da reportagem, Toffoli não se pronunciou.

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1 Comentários

  • Sonia Rodrigues , 30/10/2019 @ 01:00

    Não ligo a rede globo 🌍 mais, nem
    Para ver os jogos do Flamengo, meu time do coração, não vejo a seleção Brasileira. Vejo no canal esportivo de assinatura ou no rádio tupi. A tbm Globo quer que à esquerda volte, para sustenta-la. Tomei nojo dos jornalismos e comentarista da tv Globo. Vejo Willian Wack e Alexandre Garcia na internet.
    Ninguém gostava mais da Globo do que eu.,

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