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Clássico de 1997′: Anaconda’ retorna aos cinemas em sátira 

Lançado originalmente em 1997, “Anaconda” talvez nunca tenha sido pensado para se tornar um clássico. Mesmo assim, com o passar dos anos, o longa dirigido por Luis Llosa conquistou status cult, seja pelo suspense exagerado, apelo como filme B ou, ainda, por apenas não se levar muito a sério. A obra permanece viva no imaginário popular, principalmente entre os fãs de terror – que a revisitam constantemente em sessões caseiras.

Agora, quase três décadas depois, este mesmo grupo de cinéfilos retorna à sala de cinema para conferir um novo (e original) capítulo da sucuri gigante mais famosa da Sétima Arte. Em “Anaconda” (2025), um grupo de amigos formado por Paul Rudd, Jack Black, Steve Zahn e Thandiwe Newton, em plena crise de meia-idade, decide se aventurar em um projeto ambicioso: refazer o filme favorito de sua juventude – que é, adivinhem, “Anaconda”.

No entanto, o que deveria ser uma experiência divertida rapidamente se transforma em um pesadelo: eles se veem cercados por perigos inesperados, incluindo criminosos violentos e, claro, a ameaça mortal de uma cobra gigantesca – bem maior que a original, diga-se de passagem. Nem remake, nem reboot; mas, sim, uma sátira à amada produção estrelada por Jennifer Lopez e Ice Cube.

Filme pipoca

O novo “Anaconda” compreende bem a herança e opta por não competir com o original, mas dialogar com ele, apresentando uma nova (e absurda) história, situada no mesmo universo e que se constrói a partir de referências sutis, homenagens visuais e easter eggs pensados especialmente para os fãs mais antigos.

Essa escolha conceitual se reflete no tom do filme, que assume desde o início sua vocação para o entretenimento. Há uma clara consciência de que “Anaconda” nunca foi – e não precisa ser – um cinema de prestígio. O novo longa, inclusive, funciona melhor quando abraça o exagero controlado, o humor e a aventura, sem a pretensão de se levar mais a sério do que a proposta permite.

Ah, e não saia do cinema até os letreiros rodarem: “Anaconda” possui não uma, mas duas cenas pós-créditos. Uma delas, aliás, promete arrancar gritos e risadas dos entusiastas do original.

Sangue brasileiro

O elenco é outro ponto alto da produção. Paul Rudd e Jack Black têm uma química inegável e dominam o filme do início ao fim. Steve Zahn, intérprete do excêntrico Kenny, adiciona uma dose extra de humor e carisma, enquanto Thandiwe Newton funciona como uma espécie de equilíbrio para os momentos de tensão e comédia.

Entre todos, porém, é Selton Mello quem se destaca de forma especial. Bastante elogiado pela crítica norte-americana, o ator brasileiro entrega uma atuação cheia de personalidade, tornando-se um dos grandes acertos do filme – e não, seu papel não é uma “pontinha”, pelo contrário. Sua presença não apenas enriquece o elenco, como também reforça o diálogo da produção com o Brasil. Afinal, o primeiro “Anaconda” foi gravado, boa parte, no Amazonas.

Veredicto

No fim, o novo “Anaconda” cumpre aquilo a que se propõe: divertir. É um filme para ser visto, obviamente, sem expectativas de grandes prêmios, mas com disposição para rir, se surpreender e aproveitar a experiência coletiva do cinema. Ao respeitar sua própria história e entender o que sempre foi, o longa prova que revisitar um clássico cult pode ser menos sobre reinventar e mais sobre celebrar.

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