
Uma força-tarefa liderada pelo Comando Militar da Amazônia (CMA) resgatou, ontem (20), os corpos de três garimpeiros mortos a flechadas e tiros, no último dia 8, na reserva Yanomami, município de Iracema, em Roraima. Três sobreviventes, um atingido por uma flecha no braço, registraram Boletim de Ocorrência (B.O) numa delegacia policial de Alto Alegre, onde disseram em depoimento que foram atacados por índios na região do garimpo de Parima.
Por estar localizado em uma área de difícil acesso de selva fechada, a Polícia Civil de Roraima solicitou ao CMA apoio para o resgate, que foi providenciado com o uso de quatro helicópteros para transportar homens do Exército, Bombeiros e policiais civis.
De acordo com o CMA, foi realizado o transporte aéreo até o 4º Pelotão Especial de Fronteira em Surucucu. Depois foi feita a logística para o resgate dos corpos que estavam em dois locais – Parima e Chapona -, exigindo a abertura de uma clareira para o pouso da aeronave em um desses locais.
Os corpos já estavam em avançado estado de decomposição e foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Boa Vista para a identificação científica por meio de exames periciais da arcada dentária, apesar do reconhecimento dos familiares.
Outros dois garimpeiros, José Vinício Feitosa de Oliveira, e Adriano Domingues da Silva, também são reclamados por familiares como mortos. A polícia investiga e faz buscas para localizar os garimpeiros.
Nos depoimentos prestados no B.O na 4ª DP em Alto Alegre, um dos sobreviventes, Carla Cardoso de Brito, de 34 anos, irmã de Luiz Ferreira da Silva, de 50, um dos mortos, disse que mais de 15 tiros e fechadas foram disparados no ataque indígena.
As vítimas foram identificadas como Josafá Vaniz da Silva, de 52 anos, Luiz Ferreira da Silva, de 50 anos, e Elizangela Pessoa da Silva, de 43 anos (cozinheira).

No último dia 15, a Delegada Geral Interina, Darlinda de Moura Viana, e a diretora do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (DPJI), Cândida Magalhães, receberam os familiares das vítimas. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Alto Alegre.
Toda o resgate foi articulado com o Exército, por meio do CMA, em Manaus (AM), para garantir uma resposta rápida e eficaz diante da situação.