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CMA rebate matéria da Folha sobre Exército no Amazonas

O ombudsman do jornal Folha de São Paulo vai ter trabalho para corrigir matéria publicada pelo veículo sobre a presença do Exército brasileiro no município amazonense de São Gabriel da Cachoeira, na fronteira com a Venezuela e a Colômbia, pelo menos de acordo com comunicado distribuído pelo Comando Militar da Amazônia.

Município mais indígena do Brasil, com moradores integrados as fileiras do Exército, que faz a segurança das fronteiras com os dois países vizinhos – foco constante da invasão de garimpeiros e guerrilleiros colombianos das Farc (Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia) – o lugar só tem o hospital do Exército para atendimento da população local.

No último domingo (9), com a manchete: “Na cidade mais indígena
do Brasil, Exército ocupa e domina vida civil”
, o jornal credita a morte de pacientes de Covid-19 a um acidente de trânsito, que derrubou um poste de luz e resultou na falta de energia na cidade, além da ausência de oxigênio.

Por meio de sua Assessoria de Comunicação, o CMA informa que considera a matéria tendenciosa sobre a ocupação do Exército – uma área de fronteira – e da dominação da corporação na vida civil no município de São Gabriel da Cachoeira.

“O que acontece, neste, como em outros municípios, é que o Exército Brasileiro, há muitos anos, leva a presença do Estado onde este
ainda não chegou. O fato de dizer que o único hospital da cidade é administrado pelo Exército Brasileiro, pode até ser considerado um elogio, pois este hospital atende pelo SUS à toda a população civil da cidade”, afirma a nota do CMA.

Ainda segundo o documento, a matéria tem ainda informações desatualizadas sobre o atual comando do CMA e sobre a falta de oxigênio, afirmando que a unidade da cidade possui cilindros e um gerador do gás hospitalar.

“A falta de conhecimento sobre o conteúdo é tão nítido que até
mesmo o nome do atual Comandante Militar da Amazônia foi publicado
como Guilherme Theophilo Gaspar de Oliveira, que deixou este Comando
em abril de 2016, há 5 anos atrás. O referido jornalista, em outra
entrevista solicitada a este Comando, por e-mail, inclusive, coloca a foto
do antigo Comandante. O acidente automobilístico citado foi tratado disciplinarmente, à luz do Regulamento Disciplinar do Exército. O fato de um cidadão bater em um poste é um acidente que não caracteriza crime militar, portanto pode e deve ser apurado pelas autoridades civis competentes”, diz a nota.

Com relação a à falta de energia, o CMA informa que no município de São
Gabriel é recorrente e comum devido a temporais e queda de árvores nas linhas de transmissão, durante o período das chuvas.

“Na noite de 30 de janeiro de 2021 (como cita a reportagem), houve a interrupção do fornecimento de energia por cerca de 4 horas e 30 minutos. No momento, havia 29 (vinte e nove) pacientes internados. Destes, 19 (dezenove) possuíam o diagnóstico relacionado à COVID-19. Como o Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira possui um gerador de energia elétrica, e uma usina de oxigênio, além de estoque de cilindros de oxigênio (no dia 30 de janeiro, havia 27 cilindros em condições de uso imediato, além de 157 plenos, em estoque), não houve nenhum prejuízo ao atendimento normal e rotineiro dos pacientes internados. Dessa forma, apesar de ter havido o registro de um óbito no referido dia, o mesmo nada teve a ver com a falta de energia momentânea. Finalizando, com relação à afirmação de que as lideranças da FOIRN eram perseguidas e ameaçadas de serem surradas durante os governos militares, cumpre esclarecer que a FOIRN, de acordo com sua página na INTERNET, foi criada em 1987, ou seja, período posterior aos governos militares”, informa o comunicado do CMA.

Leia a nota do CMA na íntegra:

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