
O índice de isolamento social em Curitiba e região metropolitana não alcançou os resultados esperados pelo governo estadual com as medidas restritivas adotadas entre dia 1º e 14 de julho, segundo um levantamento com dados de localização de celulares.
Os dados, coletados pela empresa InLoco e monitorados pela Universidade de São Paulo (USP), mostraram que, ao longo das duas semanas de vigência do decreto, o isolamento nos municípios vizinhos de Curitiba foi, em média, menor do que o registrado na capital.
Enquanto em Curitiba de 40% a 45% das pessoas ficaram em casa, nas maiores cidades da região metropolitana, como São José dos Pinhais, Colombo, Araucária, Piraquara, Fazenda Rio Grande e Almirante Tamandaré, o índice sempre esteve abaixo dos 40% de segunda a sexta-feira.
“As medidas mais recentes não tiveram o efeito que esperávamos”, afirmou o presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) e prefeito de Fazenda Rio Grande, Marcio Wozniack (PSDB). Esse vai e vem de pessoas, conforme os especialistas, impacta diretamente no número de casos.
“É mais difícil controlar a pandemia quando as pessoas continuam saindo de casa. Curitiba e os municípios do entorno são muito interligados. Qualquer medida de controle tem que passar por uma integração entre eles”, afirmou o o epidemiologista da Fundação Nacional da Saúde no Paraná e professor da Universidade Positivo (UP), Moacir Ramos.
O isolamento Até 14 de julho, o índice variou, em média, entre 35% e 45% durante os dias da semana, nos municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O patamar é o mesmo do período anterior ao decreto. A expectativa da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) era que o isolamento superasse os 50% no período.
O índice só foi alcançado aos domingos, quando decretos municipais determinaram o fechamento de supermercados e outras atividades. Conforme a pesquisa, realizada em mais de 4 mil municípios do país, as pessoas que percorrem uma distância de mais 450 metros de casa estão descumprindo o isolamento social.
Alternativas – Segundo o epidemiologista Moacir Ramos, uma forma de tentar amenizar os impactos deste fluxo no avanço da pandemia é escalonar os horários dos trabalhadores que continuam se deslocando.
“É uma mudança cultural imposta pelo cenário. Estamos nos adaptando ao trabalho remoto e à telemedicina, por exemplo. Dado que o deslocamento acontece, devemos entender que é preciso flexibilizar os horários de entrada e saída de quem continua indo até o trabalho”, afirmou Ramos.


