Governador também determinou a quebra de sigilo de documentos da Secretaria de Saúde após denúncias de irregularidades. Ele espera depoimento do ex-secretário da saúde Edmar Santos, que fechou delação premiada com PF
O governador do Rio, Wilson Witzel, voltou a se defender nesta quarta-feira, dia 15, das investigações sobre o seu envolvimento no esquema de irregularidades na Secretaria do Estado de Saúde (SES) durante a pandemia do coronavírus.
Em vídeo e postagens em seu perfil oficial no Twitter, Witzel disse que “não era ladrão” e que trava uma “guerra contra a corrupção no estado”. Desde que o ex-secratário de saúde Edmar Santos acertou uma delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), para apresentar provas contra o governador, ele tem se negado o envolvimento.
“Eu quero dizer ao povo do Estado do Rio de Janeiro. Fui juiz federal por 17 anos. Na minha carreira, tive uma vida ilibada. Fui considerado linha dura. Me elegi governador do Estado do Rio de Janeiro. Não sou ladrão. Não deixarei que corruptos e ladrões estejam no meu governo. Eu peço ao povo do que acredite, porque nós vamos vencer essa guerra contra a corrupção”, disse no vídeo.
Na mesma postagem, Witzel afirma que “é preparado para guerra” e que “não compactua com qualquer desvio de conduta”.
Vídeo
Quebra de sigilo de documentos da Secretaria de Saúde – Nesta quarta-feira, dia 15, o governo divulgou uma nota onde cita que, desde que surgiram as primeiras denúncias de possíveis irregularidades nas compras emergenciais e contratos firmados pela SES, Witzel “determinou a imediata quebra de sigilo desses documentos e abriu sindicância para apurar o autor do pedido de sigilo”.
Witzel disse estar “tranquilo” em relação à delação do ex-secretário de Saúde Edmar Santos, que disse que vai entregar informações sobre corrupção na pasta envolvendo o governador.
Edmar Santos foi secretário de Saúde do início do governo Witzel, em janeiro de 2019, até 17 de maio desse ano, quando foi afastado após surgirem as primeiras denúncias de corrupção na pasta. Mas, um dia depois, ele virou secretário extraordinário para Acompanhamento da Covid-19, cargo que até então não existia. Em 28 de maio, ele se exonerou após a Justiça suspender sua nomeação.
o ex-secretário, que está na Unidade Prisional da PM em Niterói, é acusado pelo Ministério Público de ser chefe de uma organização criminosa que atuava na secretaria de Saúde. Segundo as investigações, Santos e outros funcionários da pasta superfaturaram contratos de compra de respiradores para pacientes com Covid-19.
Witzel também é investigado pela compra dos respiradores, mas no STJ. A PGR já pediu que o STJ fique responsável por todos os processos relativos às fraudes na saúde no governo do Rio.