Portal Você Online

Comando Vermelho assume atentados em Manaus e ataques continuam

O Comando Vermelho assumiu a autoria dos atentados realizados desde as primeiras horas deste domingo em Manaus. A organização criminosa carioca, que atua em vários estados brasileiros, continua com as ações. Os últimos alvos foram três agências bancárias incendiadas, além de um carro queimado no vão central da Ponte Rio Negro, que liga a capital aos municípios da regiao metropolitana.

Os bandidos invadiram a agência da Caixa Econômica Federal no bairro do Japiim, na região do Distrito Industrial da cidade, jogaram gasolina nos caixas automáticos e tocaram fogo (veja o vídeo).

Na agência do banco Sanander, na esquina das ruas Airão e Ferreira Pena, próximas ao Centro da cidade, os criminosos repetiram a ação e os bombeiros chegaram rapidamente e dominaram o incêndio.

No Centro, o alvo foi a agência do Banco do Brasil, na Rua Guilherme Moreira. A Polícia Foi chamada ao local e acionou o Corpo de Bombeiros. Veja o vídeo.

Em um documento publicado nas redes sociais, o CV justifica os atentados terroristas como represália pelas mortes de três traficantes da facção no município de Iranduba, a 35 km de Manaus, na noite de ontem (5), durante uma operação policial.

Na operação, segundo a nota do CV, os três mortos teriam sido executados e os policiais teriam ficado com a droga – 800 kg de maconha. Entre os mortos está o traficante Dadinho, que já teria sido vítima de extorção policial e morreu porque ameaçou denunciar o esquema a Corregedoria da polícia, Tribunal de Justiça e ao Ministério Público.

“Nós do Comando Vermelho queremos a paz dentro do estado do Amazonas, nós não se importamos que eles façam o seu trabalho, mas não tirem a vida de irmãos e de pessoas inocentes na covardia”, diz a nota do CV.

Saiba mais

O Comando Vermelho nasceu na decada de 70, quando o Brasil vivia uma ditadura militar e internos do Instituto Penal Cândido Mendes, na Ilha Grande, em Angra dos Reis, no Rio de janeiro, passaram a conviver num mesmo ambiente com presos de organizações políticas da luta armada, que combatiam o regime.

A facção descende da Falange Vermelha foi criada por Rogério Lemgruber e o colegiado ainda na década de 1970. Uma das primeiras medidas do Comando Vermelho foi a instituição do “caixa comum” da organização criminosa, alimentado pelos proventos arrecadados pelas atividades criminosas isoladas, daqueles que estavam em liberdade, o dízimo.

O dinheiro assim arrecadado serviria não só para financiar novas tentativas de fuga, mas igualmente para amenizar as duras condições de vida dos presos, reforçando a autoridade e respeito do Comando Vermelho no seio da massa carcerária.

No início dos anos 1980, os primeiros presos foragidos da Ilha Grande começaram a pôr em prática todos os ensinamentos que haviam adquirido ao longo dos anos de convivência com os presos políticos, organizando e praticando numerosos assaltos a instituições bancárias, algumas empresas e joalherias.

Ainda no início da década de 1990, a facção influenciaria a criação do Primeiro Comando da Capital em São Paulo. Dela surge ainda uma espécie de dissidência, posteriormente reincorporada, o Comando Vermelho Jovem.

Na década de 2000 diversas favelas controladas pela facção passaram a ser ocupadas por milícias e por Unidades de Polícia Pacificadora. Em 2016 as facções Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital se romperam por disputa de território nas fronteiras do Brasil com Paraguai, Bolívia e Colômbia, que ocasionou numa rebelião nos presídios em Rondônia e Roraima. CV e PCC eram aliados há quase duas décadas.

Entre os membros fundadores da facção, que se tornaram notórios depois de suas prisões, estão os líderes Rogério Lemgruber, Fernandinho Beira-Mar, Marcinho VP, Mineiro da Cidade Alta, Elias Maluco ,Fabiano Atanazio (FB) e José Antônio de Freitas mais conhecido como Toninho do pó de Santa Rita de Jacutinga.

O CV já possui ramificações em outros estados brasileiros como  Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, Pará, Maranhão, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Amazonas, Santa Catarina e algumas partes de Minas Gerais, Piauí , Paraíba, Pernambuco e da Bahia.

Nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rondônia, Mato Grosso, Acre, Ceará e Tocantins o CV é maioria no sistema penitenciário.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *