Começa nesta segunda-feira (29) no Fórum Henoch Reis de Manaus o julgamento dos policiais militares acusados de matar três jovens no bairro Grande Vitória, na zona Leste da capital amazonense, em 2016. Alex Júlio Roque de Melo, de 25 anos, Ewerton Marinho, 20, e Rita de Cássia, 19, desapareceram no dia 29 de outubro, após serem abordados pelos PMs quando voltavam de uma festa.
Imagens de câmeras de vigilância da área registraram o momento que os policiais mandaram os três adolescentes entrarem no carro da corporação e depois desapareceram.
O julgamento estava marcado para novembro do ano passado, mas foi adiado a pedido do Ministério Público do Estado Amazonas (MPE-AM) e da defesa de um dos réus que, na época, estava com suspeita de meningite.
Dessa vez, a defesa de dois dos 10 réus chegou a requerer a redesignação da data do julgamento, alegando que os peritos do caso não encaminharam os esclarecimentos solicitados pelos advogados.
O MPE também apontou que os laudos complementares feitos pelos profissionais não foram anexados ao processo e não havia informação de que sequer haviam sido elaborados.
No entanto, a juíza Patrícia Campos, presidente da 3ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus, não acatou os pedidos formulados pelas partes. Segundo ela, se as perícias eram tão importantes para ambas as partes, as mesmas deveriam ter sido requisitadas antes e não às vésperas do julgamento.
“Os autos tramitam desde 2016, mas somente neste momento, em 2024, passadas inúmeras etapas procedimentais, o Ministério Público e as defesas entendem pela enorme relevância dos laudos complementares”, apontou a magistrada.