
Maior gerador de ICMS do Amazonas, o setor de Comércio, Serviços e Turismo – que recolhe 61% dos impostos estaduais – está preocupado com as consequências da seca deste ano, que segundo órgãos de monitoramento já se confirma como mais severa do que a de 2023.
O baixo acúmulo de precipitação observado no primeiro trimestre de 2024 já começa a impactar a região, principalmente na cabeceira dos rios.
Por conta das dificuldades do ano passado, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio) vem discutindo desde abril alternativas para que as empresas do setor consigam manter-se em atividade com Capital Circulante Líquido (CCL) mínimo para suportar os custos operacionais adicionais, o pagamento dos impostos, principalmente o de circulação de mercadoria e serviços (ICMS) e manutenção dos empregos.
A seca de 2023 estendeu por mais de 90 dias o tempo de chegada das mercadorias para abastecer o mercado e elevou em mais de 300% os custos com transporte. Para chegar a Manaus, por exemplo, as empresas precisaram utilizar rotas alternativas e fretes adicionais, não só de deslocamento mas de ancoragem.
Os navios que traziam mercadorias para a capital do Amazonas precisaram se deslocar para portos do interior do Ceará e do Pará e depois, serem transportados em pequenas quantidades para chegar até Manaus.
Para evitar a descapitalização das empresas e a inadimplência fiscal, o setor tem feito gestões junto ao governo do Estado para a adoção de medidas que possam, de forma antecipada, atenuar os prejuízos da principal matriz econômica do Amazonas, que atende e serve a população em todas as suas necessidades de consumo de bens de serviços.
O setor de Comércio, Serviços e Turismo representa hoje mais 45% do PIB do Amazonas e é responsável por mais de 360 mil postos de trabalho, o que significa 70% dos empregos formais do estado, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).