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Conflito armado em área indígena deixa 5 feridos em Roraima

Encontro de lideranças Yanomami e Ye'kwana, onde os indígenas se manifestaram contra o garimpo em suas terras. Foto: Divulgação
Conflito aconteceu na comunidade Palimiú após chegada de sete embarcações a comunidade; Hutukara Associação Yanomami enviou oficio de urgência aos órgãos federais

Um ataque armado de garimpeiros contra indígenas deixou ao menos cinco pessoas feridas na comunidade de Palimiú, em Roraima, onde fica o território Yanomami. A informação é da Hutukara Associação Yanomami.  De acordo com a entidade, o confronto se deu quando, por volta das 11h30 desta segunda-feira, sete embarcações de garimpeiros atracaram na comunidade e deram início ao ataque contra os índios. Quatro garimpeiros e um indígena, de raspão, teriam sido baleados.  O GLOBO confirmou o ataque com o vice-presidente da Hutukara, Dario Kopenawa Yanomami.

De acordo com Dario, houve tiroteio em conflito aberto “por cerca de meia hora”. — As embarcações dos garimpeiros saíram para a proximidade e ameaçaram voltar para vingança — diz Dario.

Em oficio enviado ao Exército, à Polícia Federal, à  Funai e ao Ministério Público de Roraima, a entidade pede aos órgãos que atuem “com urgência para impedir a continuidade da espiral de violência no local e garantir a segurança para a comunidade Yanomami de Palimiu”.

A Hutukara já havia enviado um ofício no último dia 30 de abril para os órgãos federais  sobre a ocorrência de tiroteios entre indígenas e garimpeiros no Palimiú, na subida do rio em direção à base de Korekorema, no rio Uraricoera. Cinco garimpeiros foram expulsos pelos índios após o tiroteio. Mas, conforme o GLOBO apurou, a entidade não obteve retorno.

“Dada a gravidade dos fatos e o perigo iminente de novos conflitos, não será possível que a Funai diligencie até a comunidade para colher maiores informações sem que haja escolta das forças de segurança pública”, diz comunicado assinado pela coordenadora da Frente de Proteção Etnoambietal Yanomami da Funai, Elayne Rodrigues Maciel.

Procurada, a Funai ainda não se manifestou.

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