
Pacientes urológicos da capital amazonense já podem ter acesso à cirurgia robótica por meio de cooperação técnica entre a Clínica Urocentro Manaus e unidades de referência em outros estados do país. A informação é do presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo.
Segundo Figliuolo, a técnica possibilita recuperação mais rápida, menor risco de complicações e sangramentos, além de ser minimamente invasiva, reduzindo danos aos tecidos.
Dados divulgados pela Associação Médica Brasileira (AMB) indicam crescimento significativo do método no país. Entre 2018 e 2022 foram realizadas cerca de 88 mil cirurgias robóticas, número 417% superior ao registrado entre 2009 e 2018, quando houve aproximadamente 17 mil procedimentos. “Isso demonstra maior acesso à informação e maior adesão da população a esse tipo de tratamento”, afirmou Figliuolo.
O médico destaca que ele e outros profissionais da Urocentro Manaus passaram por treinamento em centros de referência nacional para realização do procedimento. O acompanhamento inclui avaliação clínica, diagnóstico, tratamento cirúrgico e acompanhamento pós-operatório.
De acordo com Figliuolo, os pacientes são encaminhados para unidades em outros estados, como o Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, onde o procedimento é realizado com participação de especialistas da clínica. Ele reforça que a cirurgia robótica só pode ser executada por profissionais habilitados.
Uma das principais indicações da técnica é o tratamento do câncer de próstata. “Nos casos específicos dessa doença, há redução significativa do risco de sequelas, como incontinência urinária e disfunção erétil”, explicou o especialista com mais de 20 anos de experiência em oncologia.
Como funciona a cirurgia robótica
Com mais de 20 anos de atuação em oncologia, Figliuolo explica que os braços mecânicos do robô são controlados pelo cirurgião a partir de um console. O sistema proporciona maior precisão e estabilidade dos movimentos. As pinças cirúrgicas são introduzidas por pequenas incisões, o que torna o procedimento menos invasivo e contribui para recuperação mais rápida, além de menor risco de hemorragia.
A técnica também pode ser utilizada para o tratamento de outras doenças urológicas, como alterações renais, de bexiga e condições relacionadas ao aparelho urinário masculino e feminino, além do sistema reprodutor masculino.


