A taxa média de transmissão (Rt) do novo coronavírus no Brasil caiu de 1 para 0,94, o índice mais baixo desde abril, indica levantamento semanal do Imperial College de Londres. Os números levam em conta estatísticas brasileiras compiladas até o último domingo e reforçam a tendência de estabilização apontada pela universidade britânica há duas semanas, com uma leve oscilação para cima no dia 23.
O Imperial College ponderou no relatório que as notificações de casos e mortes no Brasil estão passando por mudanças e, por isso, a análise dos dados do país exigem cautela. A taxa indica que cada 100 pessoas contaminadas contagiam outras 94, que por sua vez passam a doença para 92 e assim por diante, desacelerando o contágio.
O índice Rt é um dos principais referenciais para acompanhar a evolução epidêmica da Covid-19. Especialistas ponderam, no entanto, que é preciso acompanhar as taxas de contágio por um período prolongado de tempo para atestar a estabilidade, levando em conta o atraso nas notificações e o período de incubação do coronavírus, que chega a 14 dias.
Dentro da margem da universidade britânica, o Rt brasileiro pode variar de 0,90 para 1,01. Em julho, o país apresentou taxa média de 1,01, uma situação definida como “fora de controle”. O Brasil aparece com uma taxa menor do que outros países sul-americanos, como Chile (0,97), Venezuela (1,06), Argentina (1,09) e Paraguai (1,32).
Na projeção de mortes para essa semana, o Brasil só é superado pela Índia. Os Estados Unidos, que têm o maior número de óbitos pela Covid-19 no mundo, não é contabilizado no levantamento do Imperial College por contar com um modelo próprio.
De acordo com o boletim da última segunda-feira do consórcio de veículos de imprensa formado por O GLOBO, Extra, G1, Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, o país apresenta uma média móvel de 866 óbitos nos últimos sete dias, o que também indica uma tendência de estabilização. Apesar disso, há tendência de alta na notificação de mortes no Rio, Amapá, Tocantins e Rondônia.
Apesar da redução da média móvel, o país ainda oscila entre 800 e mil óbitos diários, um platô alto que, conforme mostrou O GLOBO, se sustentou durante boa parte da epidemia no Brasil com um alto custo de vidas. Nesta semana, o país deve chegar a 4 milhões de casos da Covid-19 e 125 mil vítimas fatais da doença.