Deputado federal , Miranda, por sua vez, vai pedir prisão de Dominguetti à CPI: “Cavalo de Troia”

Luiz Paulo Dominguetti Pereira, suposto representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply, reafirmou na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid ter recebido a proposta em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.
Segundo Dominguetti, que deu entrevista à jornalista Constança Rezende, do jornal Folha de S.Paulo com essa informação, repetiu que o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, durante um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, teria pedido a propina, no dia 25 de fevereiro.
“O pedido foi exclusivamente de Roberto Dias. O valor era de um dólar por dose. Oferecemos a US$ 3,50 a primeira proposta. A Davati estava ofertando ao Ministério da Saúde 400 milhões de doses”, disse Dominguetti.
A suspeita de pedido de propina de US$ 1 por dose de imunizante contra o novo coronavírus fez com que a Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid antecipasse a vinda de Dominguetti. Assim, ele está sendo ouvido nesta quinta-feira (1°/7), em lugar de Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, empresa intermediária nas negociações entre o laboratório indiano Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin, e o Ministério da Saúde.

Pedido de prisão – Após ser acusado de tentar negociar vacinas, o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) afirmou, nesta quinta-feira (1º), que pediria à CPI da Covid a prisão de Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati Medical Supply. O motivo seria o áudio que Dominguetti apresentou à comissão, em que supostamente Miranda fala sobre a comercialização de vacinas.
Segundo Miranda, Dominguetti é um “cavalo de Troia” plantado “para tentar descredibilizá-lo e desviar o foco das investigações” da comissão.
“Que ele saia preso da CPI porque é crime o que ele está fazendo, não para com senadores, para com deputados ou para com a CPI, mas com a população que está morrendo com esse desvio de recursos da Saúde”, declarou Miranda aos jornalistas, antes de deixar o Senado. “Vou fazer uma ata notarial e pedir a prisão dele”, acrescentou.

Dominguetti afirmou à CPI da Covid que o deputado Luis Miranda procurava o procurador da Davati, Cristiano Carvalho, na tentativa de negociar vacinas e apresentou um áudio, que não ficou claro para os senadores se se tratavam de negociação de vacinas. Ao ser citado, Miranda compareceu ao Senado.
Miranda diz que é sócio de uma empresa em Miami, a LX Holding, e o áudio se referia a negociação de luvas para o mercado norte-americano e este áudio teria sido enviado em meados de outubro de 2020. “Falei com um tal de Rafael Alves. Segundo ele, trabalhava na empresa na confecção do contrato, na equipe desse Cristiano”, disse.