O relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou, nesta quarta-feira (25), que incluirá outros três nomes na lista de investigados do colegiado. Na última semana, o senador acrescentou à relação o nome do deputado federal e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).
Segundo Calheiros, passarão de testemunhas para investigados os seguintes depoentes: Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde; Emanuel Catori, sócio da Belcher Farmacêutica; e Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa Medicamentos.
Além de Barros, os outros três depoentes são, agora de maneira oficial, investigados pela comissão em razão de suspeita de envolvimento em suposto esquema de faturamento com vendas de vacinas contra Covid-19 no Ministério da Saúde.
Barros entrou no radar da CPI após ser pivô das denúncias de irregularidades que envolvem as tratativas entre o governo federal e a Precisa Medicamentos pela compra da vacina indiana Covaxin. Calheiros ressaltou, porém, que o deputado é suspeito de ter cometido outras ilicitudes em trâmites diferentes.
Apesar de ter tornado o deputado federal um investigado formal, o comando da comissão não deve ouvi-lo novamente. Isso porque o depoimento do líder do governo à comissão irritou senadores, que entenderam como “pouco produtivas” as oitivas com parlamentares em razão do foro privilegiado, que impede a CPI de adotar medidas coercitivas. Pelo mesmo motivo, os senadores cancelaram a acareação entre o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o ministro Onyx Lorenzoni.
Em depoimento, Barros não perdeu a oportunidade de provocar os parlamentares de oposição ao governo e que formam maioria da comissão.
Ele chegou a dizer que a CPI teria afastado o interesse de farmacêuticas em vender vacinas ao Brasil. A fala irritou os parlamentares, que suspenderam a sessão e retornaram horas depois apenas para encerrar formalmente a oitiva