A três rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, o clube mineiro está atualmente entre os quatro que disputarão a Série B em 2020
Depois de colocar o cargo à disposição, o técnico Abel Braga foi demitido do comando do Cruzeiro na manhã desta sexta-feira 29. A três rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, o clube mineiro encontra-se na zona de rebaixamento. A crise dentro da Toca da Raposa se intensificou após a derrota para o CSA por 1 a 0, no Mineirão. O anúncio da saída do treinador foi feito pelo gestor de futebol Zezé Perrella.
Abel Braga tinha contrato com Cruzeiro até dezembro de 2020, mas o acordo isentava o clube do pagamento de multa em caso de rescisão. Ele assumiu o clube em setembro, no lugar de Rogério Ceni, e após 14 partidas conseguiu apenas três vitórias, três derrotas e oito empates. Sem fazer o time apresentar um bom futebol, o treinador começou a ser acusado pelos torcedores de “proteger” os medalhões da equipe como Fred, Thiago Neves e Robinho.
Aguardado para explicar mais um placar adverso em casa, o treinador não apareceu para a tradicional coletiva de imprensa pós-jogo. “O Abel está bastante tenso e preferiu não se pronunciar hoje (quinta-feira). Como vocês (jornalistas) estão percebendo, e têm até reclamado, que as entrevistas estão bastante cansativas… O Abel perdeu, como ele disse, ‘como eu vou explicar? vou dizer o quê num momento como esse?’. Então, ele prefere que amanhã (sexta) possa fazer uma declaração de uma forma mais tranquila, já com a cabeça um pouco mais fria. Então, é melhor que a gente trabalhe assim”, disse o diretor de comunicação Valdir Barbosa. Naquele momento o treinador ainda não tinha entregado o cargo.
Questionado pela falta de comunicação do elenco com os torcedores, já que os jogadores também não falam com a imprensa desde segunda-feira, o dirigente negou que a ação seja um desrespeito. “Nós pensamos, sim, e quem decide é a diretoria, junto com a comissão técnica. E o torcedor não está sendo desrespeitado. Se você acompanha as redes sociais, você viu que o torcedor não se revoltou porque os jogadores não estavam dando entrevista. Eles querem é futebol. A palavra do jogador é importante, mas o mais importante é vencer os jogos. E isso nós não estamos conseguindo fazer”.
Caso feche com Adilson Batista, será a segunda passagem do técnico pelo clube. Jogador da equipe nos anos 90, ele foi comandou o clube em 169 jogos – sendo 96 vitórias, 34 empates e 39 derrotas – e tem em seu currículo no Cruzeiro o bicampeonato mineiro (2008 e 2009) e o vice da Copa Libertadores de 2009.