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Debate sobre penas para facções criminosas tem bate-boca entre deputados

Uma troca de acusações entre a deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) e o presidente da sessão, delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), marcou a audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, realizada nesta terça-feira, 28/10. O encontro discutia o Projeto de Lei 2646/2025, que propõe o aumento das penas para líderes e integrantes de facções criminosas.

Por volta das 16h, Talíria Petrone pediu a palavra no plenário utilizando o tempo de liderança, mas teve o pedido negado pelo presidente da comissão, que alegou o encerramento do período de falas. A recusa gerou um desentendimento entre os parlamentares. Ao deixar o local, a deputada reagiu de forma exaltada, chamando Bilynskyj de “covarde”.

Durante a audiência, a deputada também se envolveu em discussão com os parlamentares Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Sargento Fahur (PSD-PR). Nogueira mencionou declarações do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sobre pedidos de apoio ao governo federal para operações policiais recentes, que, segundo ele, teriam sido negados ao menos três vezes, enquanto o governo federal afirma ter atendido todas as solicitações.

O debate incluiu acusações mútuas sobre relações políticas e com o crime organizado. Nogueira afirmou que o presidente Lula seria “conivente com o tráfico”, e Talíria, junto com o deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), retrucou chamando o ex-presidente Jair Bolsonaro de “miliciano”.

Encerrada a primeira parte da audiência, Bilynskyj explicou que a decisão de não conceder a fala foi tomada por conta do horário. “Já estávamos além do tempo previsto e, por questão regimental, preferi encerrar os trabalhos”, afirmou.

A reunião foi convocada a pedido do próprio parlamentar, relator da proposta. O PL 2646/2025 prevê, entre outros pontos, que criminosos monitorados por tornozeleira eletrônica arquem com os custos do equipamento, caso tenham condições financeiras. O texto também pretende, segundo o autor, modernizar a legislação penal e ampliar a capacidade de combate ao crime organizado.

Operação no Rio de Janeiro

A audiência ocorreu um dia após a operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, que resultou em 64 mortos, incluindo quatro policiais. A ação, voltada contra o Comando Vermelho, foi realizada nos Complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital.

De acordo com as polícias Civil e Militar, a ofensiva começou durante a madrugada e contou com 32 veículos blindados. Ao longo da operação, 81 pessoas foram presas e 42 fuzis foram apreendidos.

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