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Decretada prisão temporária de 12 PMs suspeitos de chacina em Manaus

 Justiça do Amazonas decretou a prisão temporária por 30 dias de 12 policiais militares das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) suspeitos de envolvimento na chacina de quatro pessoas – dois homens e duas mulheres –, na última quarta-feira (21). Os suspeitos passaram por audiência de custódia ontem (25) e estão detidos na carceragem do Batalhão de Choque da PM, no Dom Pedro I.

O pedido de prisão foi feito pela Delegacia de Homicídio e Sequestro (DEHS) da Polícia Civil amazonense que investiga as mortes. A Justiça acatou também o pedido de busca e apreensão. O comando da PM afastou os policiais e instaurou inquérito militar.

Na tarde de sábado (24) os PMs foram ouvidos na DEHS. A motivação do crime ainda não foi divulgada. No domingo eles se apresentaram no Fórum de Manaus, onde tiveram audiência de custódia com juiz plantonista das Audiências de Custódia do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), André Luiz Muquy.

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O magistrado homologou a prisão de todos e determinou a transferência dos policiais para o Batalhão de Choque a pedido do advogado dos acusados, Leonardo Marques, que alegou falta de segurança onde eles estavam, numa carceragem da Polícia Civil, no Monte das Oliveira.

“A audiência foi para analisar se houve algum abuso de autoridade vindo por parte dos policiais civis. Infelizmente, ontem eles (suspeitos) sofreram muito, com condição desumana e abusos, não dos policiais civis, mas do núcleo prisional que fica no Monte das Oliveiras, onde eles foram levados”, disse o advogado.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o trabalho de investigação é integrado entre as policiais Civil e Militar e a Corregedoria-Geral de Segurança. Veja abaixo o nome dos PMs presos:

*Anderson Pereira de Souza
*Charlys Mayzanyel da Ressurreição Braga
*Charly Mota Fernandes
*Diego Bentes Bruce
*Dionathan Sarailton de Oliveira Costa
*José Vandro Carioca Franco
*Jonan Costa de Sena
*Marcos Miller Jordão dos Santos
*Maykon Horara Feitoza Monteiro
*Stanrley Ferreira Cavalcante
*Tharle Coelho Mendes

Saiba mais

As vítimas foram encontradas mortas na manhã da última quarta-feira (21), no ramal Água Branca, no km 32 da Estrada Manaus-Itacoatiara (AM-010), dentro de um Ônix branco que era usado como Uber por uma das vítimas. Todos apresentavam marcas de tiros de pistola e escopeta calibre 12.

Elas foram identificadas como Diego Máximo Gemaque, de 33 anos, e Lilian Daiane Máximo Gemaque, 31, – irmãos – e o casal Alexandre do Nascimento Melo, 29, e Luciana Pacheco da Silva, 22.

No mesmo dia, vídeos foram divulgados mostrando os militares abordando as vítimas serem divulgados nas redes sociais. Nas imagens, é possível ver o carro Ônix de cor branca e as duas mulheres encontradas na parede.Após o ocorrido, imagens mostram o momento em que policiais da Rocam abordam as vítimas horas antes do crime.

NOTA

A Secretaria de Segurança divulgou nota se pronunciando sobre o caso e as providências que estão sento tomadas pelo órgão. Leia a nota na íntegra:

A Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) informa que a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), pediu as prisões temporárias, para fins investigativos, com validade de 30 dias, de 12 policiais militares suspeitos de envolvimento nas mortes de quatro pessoas, na última quarta-feira (21).

Na manhã deste sábado (24), a Justiça acatou os pedidos e os envolvidos já se encontram na unidade prisional da Polícia Militar.

O pedido de prisão foi feito menos de 72 horas após o quádruplo homicídio, destacando a celeridade nas investigações do caso. Conforme determina a legislação penal brasileira, em 24 horas os militares serão encaminhados para a audiência de custódia, onde ficarão à disposição da justiça.

A Justiça também acatou os pedidos de busca e apreensão feitos pela Polícia Civil. As investigações prosseguirão com as oitivas dos militares para esclarecimento do caso.

Tão logo tomou conhecimento dos fatos, a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) afastou imediatamente das funções os 12 agentes. Também imediatamente foi instaurado um inquérito militar para apurar a conduta dos policiais.

A SSP-AM ressalta o trabalho integrado entre a PMAM, PC-AM e a Corregedoria-Geral da SSP-AM para dar celeridade à elucidação do caso e reforçar que o Sistema de Segurança Pública do Amazonas não compactua com desvios de conduta de quaisquer servidores.

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