O sítio arqueológico é reconhecido e protegido como Patrimônio Cultural Brasileiro, por isso o Iphan foi acionado para vistoria. Além disso, a Vila de Paricatuba é considerada Patrimônio Histórico Cultural Imaterial do Amazonas, o que também envolve a participação do governo estadual.

Segundo um relatório técnico da Defesa Civil do Amazonas a falta de manutenção, o local que no final do século XIX e início do século XX foi um leprosário e uma casa de detenção, na Vila de Paricatuba, em Iranduba, na Região Metropolitana de Manaus, está sendo destruído pela própria natureza e corre o risco de desabar.
A estrutura tem grau de risco considerado crítico. O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) pediu o isolamento do local para ações imediatas.
“As áreas inspecionadas do Sítio Arqueológico de Paricatuba apresentam um grau de risco crítico, tanto para a segurança, saúde e bem-estar de seus ocupantes, quanto para a manutenção da integridade física e histórica do edifício. Torna-se, portanto, imprescindível e emergencial a realização de uma reforma completa”, diz trecho do relatório, assinado pela engenheira civil Jéssyca Lever Dantas.
O sítio arqueológico, que recebe visitantes durante todo o ano, foi vistoriado no último dia 29 de maio, após o desabamento de parte da estrutura. A comissão técnica que esteve no local contou com engenheiros do Iphan, do Governo do Amazonas, da Prefeitura de Iranduba, além de moradores da vila.
De acordo com o relatório, rachaduras, muros caídos e o avanço do mato colocam em risco não só as estruturas centenárias, mas também quem visita o lugar. O laudo aponta que há risco real de desabamento e alerta para a falta de manutenção e o abandono das construções históricas.
Conforme o relatório, o tombamento de parte significativa de uma das paredes compromete a estabilidade global do conjunto edificado. “Essa ocorrência provocou abalos na estrutura remanescente, evidenciados por trincas profundas e desagregação de elementos construtivos”, diz o relatório.
Prédio histórico
De acordo com o Iphan, o prédio foi destinado à hospedaria de imigrantes, no final do século XIX, no contexto econômico da exploração da borracha na Amazônia. “Relativamente distante da cidade de Manaus, considerando seu acesso pela via fluvial, na hospedaria residiriam os imigrantes por um período de quarentena, até que os mesmos fossem destinados aos seus locais de moradia”, diz o Iphan.
Poucos anos mais tarde, o prédio foi transformado em Escola de Ofícios, destinados a meninos pobres. Entre 1916 e 1924, o lugar foi destinado à reclusão de detentos da Casa de Detenção de Manaus. A partir de então, Paricatuba foi escolhida para sediar um leprosário, que a também constitui-se como um campo de segregação e isolamento social de pessoas como estratégia de combate a hanseníase, este teve seu funcionamento até o ano de 1962.
O sítio arqueológico é reconhecido e protegido como Patrimônio Cultural Brasileiro, por isso o Iphan foi acionado para fazer a vistoria. Além disso, a Vila de Paricatuba é considerada Patrimônio Histórico Cultural Imaterial do Amazonas, o que também envolve a participação do governo estadual.


