
O hacker Walter Delgatti Neto, de 34 anos, que ajudou a libertar da prisão o atual presidente da República, Lula, condenado em três instâncias da Justiça brasileira por corrupção, agora pode colocar na cadeia o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentar invadir o sistema eleitoral brasileiro.
Conhecido como o “hacker de Araraquara”, ele é conhecido na cidade do interior paulista pelo apelido de Vermelho, por causa dos cabelos e da barba nesta cor.
Preso desde 2 de agosto pela Polícia Federal, Delgatti possui folha corrida na polícia com apreensão de psicotrópicos, falsificação de documentos e acusação de estelionato e outra, em 2015, de estupro, posteriormente retirada pela vítima.
Morando sozinho em Araraquara, em 2013 começaram os problemas do hacker com a Justiça. Ele foi condenado em segunda instância por causar prejuízos de cerca de R$ 600 mil a uma instituição financeira, acusado de desbloquear cartões bancários desviados, mas o crime prescreveu.
Na outra, de 2015, foi condenado por adquirir produtos com um cartão de crédito furtado. Nesse mesmo ano, foi também acusado de estupro pela então namorada do irmão, que posteriormente mudou o depoimento e desmentiu sua própria denúncia.
Durante operação de busca e apreensão no apartamento de Delgatti, em função das suspeitas que recaíam sobre ele por esses problemas com a Justiça, a polícia apreendeu em sua casa 247 comprimidos de psicotrópicos, resmas de papel azul, guilhotina, receitas em nome de terceiros e uma carteira falsa de estudante de medicina.
Por causa dessa apreensão, o promotor do Ministério Público de Araraquara, Marcel Zanin Bombardi, o indiciou por tráfico de drogas e falsificação de documentos.
As acusações de estelionato ainda são alvo de recursos. Na de tráfico, ele foi inocentado, em 2018, mas foi condenado a dois anos, com direito a recorrer da sentença em liberdade, por falsificação de documentos públicos.