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Deltan Dallagnol deixa a Lava Jato

Aras convoca reunião para discutir futuro da Lava Jato no Paraná, após anúncio de saída do líder da Força tarefa

Daltan Dalagnol detalha denúncia contra Lula na Lava Jato 

O coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, deixou o comando da força-tarefa, na manhã desta terça-feira (1º). O motivo seria um problema de saúde de sua filha.

“Depois de anos de dedicação intensa à Lava Jato, eu acredito que agora é hora de me dedicar de modo especial pra minha família.”, afirmou Deltan. Deltan Dallagnol disse que a filha, de 1 ano e 10 meses, apresentou sinais de regressão no desenvolvimento e que, por isso, precisaria dedicar mais tempo a ela.

Conforme o MPF, o procurador da República no Paraná Alessandro José Fernandes de Oliveira deve assumir as funções de Deltan Dallganol.

Deltan Dallagnol assinou diversas denúncias da Operação Lava Jato contra empresários e políticos. Entre essas denúncias, estão as contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A estrutura da força-tarefa da Lava Jato no Paraná foi criada em abril de 2014, um mês após a primeira operação ter sido deflagrada. Desde então, segundo o documento enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), os trabalhos foram renovados sete vezes – o prazo atual termina em 10 de setembro.

Nota da força-tarefa – A força-tarefa da Lava Jato no Paraná confirmou na tarde desta terça-feira em nota a saída de Dallagnol.

Os integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Paraná agradecem Deltan Dallagnol pela imensa contribuição prestada ao combate à corrupção e se solidarizam com o seu momento pessoal, ao tempo em que expressam apoio e confiança a Alessandro Oliveira. Os trabalhos na força-tarefa prosseguirão da mesma forma como nos últimos anos.

Aras convoca reunião para discutir futuro da Lava Jato no Paraná

Em julho, houve atrito entre a força-tarefa e o procurador-geral da República, Augusto Aras, que disse ser necessário “corrigir os rumos” para que “lavajatismo não perdure”.

O procurador-geral da República, Augusto Aras,  vai convocar uma sessão extraordinária do Conselho Superior do Ministério Público para decidir o futuro da força-tarefa da operação Lava Jato no Paraná. O prazo para renovação dos trabalhos se encerra no próximo dia 10.

Augusto Aras pode decidir sozinho se prorroga ou não os trabalhos, mas quer uma decisão colegiada. O CSMPF é o órgão máximo de deliberação do MPF e é formado por dez conselheiros

Adisposição é seguir com a força-tarefa, mas com transição para um novo formato de trabalho, sem rupturas radicais. A força-tarefa pediu à PGR que a renovação fosse dada para mais um ano, uma vez que estariam programadas mais quatro operações e cinco grandes acordos de delação premiada.

Processos disciplinares

Deltan Dallagnol tem dois processos disciplinares abertos contra ele no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e que estão suspensos.

Na segunda-feira (31), a Advocacia-Geral da União (AGU) argumentou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) que há o risco de prescrição de um processo disciplinar aberto no CNMP contra Deltan Dallagnol. Um processo prescreve quando se esgota o período previsto em lei durante o qual pode haver alguma sanção.

De acordo com a AGU, o processo que discute se Deltan Dallagnol cometeu infração disciplinar por ter supostamente tentado interferir na disputa à presidência do Senado, com postagens contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL), deve prescrever no dia 10 de setembro.

O ministro Celso de Mello havia suspendido a tramitação do processo, porque entendeu que existiam problemas na tramitação do processo no conselho e ressaltou que membros do MP têm liberdade de expressão.

O outro processo, também suspenso por Mello, trata-se de um pedido de remoção apresentado pela senadora Kátia Abreu (PP-TO). Nesse processo, a senadora afirmou que Deltan Dallagnol já foi alvo de 16 reclamações disciplinares no conselho, deu palestras remuneradas e firmou um acordo com a Petrobras para que R$ 2,5 bilhões recuperados fossem direcionados para uma fundação da Lava Jato.

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