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Denúncias: abuso infantil no Telegram aumentam 78% em seis meses

O número de denúncias de grupos e canais do Telegram contendo imagens de abuso e exploração sexual infantil aumentou 78% entre o primeiro e o segundo semestre de 2024, segundo levantamento da SaferNet.

A pesquisa, que será apresentada nesta terça-feira (11), no Dia Internacional da Internet Segura no Brasil, aponta que os casos seguem crescendo, apesar das medidas anunciadas pela plataforma.

O levantamento revela que o número de usuários nesses grupos passou de 1,25 milhão para 1,4 milhão no segundo semestre do ano passado, totalizando mais de 2 milhões de contas inscritas ao longo de 2024.

O total de grupos e canais com esse tipo de material subiu de 874 para 1.043, um aumento de 19%, sendo que 349 ainda estavam ativos sem qualquer moderação identificada.

Parte das imagens de abuso e exploração sexual infantil é comercializada no Telegram, com vendedores aceitando pagamentos na moeda virtual “estrelas”, criada pela plataforma em junho de 2024.

As transações também utilizam provedores financeiros fora do Brasil, incluindo empresas na Rússia, Ucrânia e paraísos fiscais, como Hong Kong e Chipre. Algumas dessas instituições já sofreram sanções internacionais.

O que diz a plataforma

A plataforma informou que adota políticas de “tolerância zero” para pornografia ilegal e que combina moderação humana, inteligência artificial e aprendizado de máquina para combater o problema. Segundo o Telegram, 18.907 grupos e canais foram removidos em fevereiro de 2025 por compartilhamento de material de abuso infantil.

Ainda assim, a pesquisa destaca que canais seguem ativos por meses sem bloqueio e que a moderação da plataforma não detalha quais países são mais afetados.

O Telegram, um dos cinco aplicativos mais baixados no mundo, ultrapassou 950 milhões de usuários ativos mensais em 2024 e não possui registro no Banco Central do Brasil.

Denúncias de abuso e exploração infantil podem ser feitas à Central Nacional de Denúncias da SaferNet Brasil e ao Disque 100, canal do governo para proteção de crianças e adolescentes.

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