Portal Você Online

Depoimento na CPI da Covid vira disputa política entre senadores e deputado amazonenses

Em determinado momento do depoimento, Fausto Junior, disse que Aziz deveria ser indiciado por ter desviado R$ 260 milhões da saúde. Em resposta ao ataque, o presidente da CPI da Covid, disse que Fausto poderia sair do local preso. Eduardo Braga, também entrou na briga.

Deputado estadual Fausto Vieira dos Santos Junior (PRTB-AM) ataca presidente da CPI, o senador Omar Aziz (MDB-AM), que responde falando em prisão do adversário

O depoimento do deputado estadual Fausto Junior (PRTB-AM) nesta terça-feira na CPI da Covid no Senado se transformou em boa parte numa disputa política local. Ele, que foi relator da CPI que funcionou no meio do ano passado na Assembleia Legislativa do Amazonas, disse que queria ter pedido o indiciamento de Omar Aziz (PSD-AM), que é o presidente da CPI no Senado. O motivo, segundo ele, foram irregularidades ocorridas na época que que Omar foi governador do Amazonas, entre 2011 e 2014. 

A comissão local investigou fatos desde 2011, o que abrangeu o período em que Omar Aziz foi governador. 

“Todos os governadores investigados pela CPI mereciam ser indiciados, mereciam ser indiciados! Eu propus isso, no âmbito da comissão, e não foi aceito. O relatório é votado, foi construído através de todas as mãos. O certo era para ser indiciado, inclusive, o ex-governador Omar Aziz, pela gestão dele na saúde, inclusive o ex-governador Omar Aziz, e não somente o governador Wilson Lima. Todos têm participação”, disse o deputado. 

Omar Aziz perguntou que irregularidade no governo dele tinha sido detectada pela CPI.

” Vossa Excelência pagou R$ 50 milhões em processos indenizatórios, senador, processos absolutamente irregulares”, respondeu o deputado estadual, afirmando ainda, que foram pagos R$1,5 bilhão em processos indenizatórios. Esse é um problema que vem desde 2011.

Trata-se de um modelo de pagamento por serviços feitos por prestadores de serviço sem a formalização de um contrato. Omar Aziz disse então que é um problema anterior, do governo de seu antecessor, o hoje senador Eduardo Braga (MDB-AM), de quem Omar foi vice. Braga rebateu:

” No meu governo não teve indenização”.

“É, o teu secretário de saúde era o mesmo meu”, respondeu Omar.

“Não, não, não. Não, não, não, Omar, por favor, por favor. Não, não, não. No meu governo não houve pagamento de verba indenizatória. Não havia pagamento de verba indenizatória. Pode mandar fazer a consulta”, disse Eduardo.

Depois, Omar ressaltou que não é o governador quem faz os processos indenizatórios, mas as secretarias. Disse também que os processos durante o governo dele foram aprovados pelo Tribunal de Contas do estado, inclusive com o voto da mãe do deputado estadual, a conselheira Yara Amazônia Lins Rodrigues dos Santos.

Em certo momento, Omar Aziz afirmou que o deputado estadual “está exercendo o papel dele aqui a mando do Eduardo”. E, fora do microfone, afirmou:

” Vai sair daqui preso!”.

” Eu falo do seu governo, e Vossa Excelência me ameaça de prisão, Senador? É isso que o senhor está dizendo para o Brasil todo? Senador, estou falando a verdade. Acho que esse que é o problema”, reagiu o deputado estadual.

Omar Aziz também lançou suspeita sobre dois terrenos em nome da mãe do deputado em um condomínio em Manaus, sugerindo uma ligação entre eles e o não indiciamento de Wilson Lima na CPI amazonense. Fausto Junior reagiu, dizendo que ele não tinha moral para acusá-lo, porque a família de Omar era suspeita de desviar R$ 260 milhões da saúde. Em resposta, o presidente da CPI afirmou que até hoje não foi provado nada e que nunca foi condenado.

Related Articles

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *