Abril e maio, ápice da pandemia do coronavírus, os deputados federais do Amazonas gastaram R$ 262 mil da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), mesmo a maioria trabalhando em regime de teletrabalho com as sessões acontecendo virtualmente, sem necessidade de viagens.
O deputado Capitão Alberto Neto (PSL), por exemplo, gastou em maio R$ 58,4 mil com divulgação de atividade parlamentar. Foram sete despesas diferentes para o mesmo serviço, com a mesma empresa sendo contratada: a EMA Serviços Técnicos de Comunicações e Informática Eireli. O deputado do PSL também gastou com serviços postais, combustível e manutenção de escritório. Veja gráfico com o custo total:
No mesmo período do ano passado, longe do caos que a pandemia gerou, Neto teve um gasto de R$ 10 mil com o serviço de divulgação parlamentar.
Depois de Neto, os deputados que mais investiram em atividade parlamentar foram o Delegado Pablo (PSL) e José Ricardo (PT). Em dois meses o cálculo foi de R$ 30 mil e R$ 27 mil, respectivamente. Entre as despesas estão pagamento de manutenção de escritório, telefonia e combustível.
O deputado Marcelo Ramos (PL) optou por investir em consultas e pesquisas técnicas. Ele destinou R$ 21 mil ao serviço em abril e nos dois meses gastou sozinho R$ 60,2 mil. Ramos se destaca no momento pela condução do PL 2633, que recebeu críticas dos setores ambientais e artísticos.
Outros deputados gastaram muito pouco da cota parlamentar. É o caso de Sidney leite (PSD) e Átila Lins (PP), que juntos gastaram nos dois meses R$ 4,8 mil com telefonia e correios.
O deputado Bosco Saraiva (Solidariedade) também foi um dos que investiu menos nesse período. Ele gastou nos dois meses R$ 13,5 mil. O maior valor foi com manutenção de escritório, que custou R$ 5 mil. Já o Delegado Pablo pagou apenas R$ 694 por esse serviço.
Já o deputado Silas Câmara (Republicanos) ainda não disponibilizou seus custos referentes a maio, apenas as despesas de abril que foram R$ 27 mil. No mesmo mês o deputado anunciou que havia testado positivo para o coronavírus e ficou em isolamento residencial.
Os meses de abril e maio foram os mais críticos no Amazonas, quando o número de infectados alcançou recordes e registros de mortes sem atendimento médico cresceram.
Com: O Atual