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Descoberta: Amazônia pode ter abrigado cidades e pirâmides

A Amazônia, um dos biomas mais reconhecidos em todo o mundo, pode ter abrigado estruturas urbanas e populações pré-colombianos organizados em vilarejos há mais de seis séculos. Essa hipótese foi levantada por pesquisadores internacionais, tais que publicaram suas descobertas na revista Nature na última quarta-feira (25).

Para chegar à conclusão provada em imagem, os especialistas utilizaram a técnica de mapeamento por laser na porção boliviana da Amazônia. As descobertas indicam que povos da cultura Casarabe, que viveram na era pré-colonial da América, desenvolveram um sistema urbano com calçadas, canais e reservatórios de água.

A equipe utilizou um helicóptero para traçar um mapa com a tecnologia LiDAR (Detecção de Luz e Varredura), capaz de detectar contornos de estruturas subterrâneas com lasers que atravessaram a densa vegetação amazônica, de modo que encontrasse a rede urbana que provavelmente se desenvolveu ao longo dos anos 500 d.C e 1.400 d.C.

“Essa expansão urbana de baixa densidade dos tempos pré-colombianos era desconhecida em qualquer lugar da América do Sul”, diz Heiko Prümers, líder do estudo.

O mapa revela que esse povo pré-colombiano construía pirâmides no centro de assentamentos incrivelmente bem planejados. A pesquisa utilizou o rastreamento em seis diferentes partes do território dos Casarabe, descobrindo 11 locais inéditos.Cotoca, a maior pirâmide, era um local primário da rede urbana (Imagem: Reprodução/Nature)

Dois desses locais — Cotoca e Landívar — possuem um formato piramidal e são muito maiores que as demais estruturas. Ambos possuíam calçadas que conectavam a unidades menores, possivelmente pequenos acampamentos para atividades especializadas.

As interconexões desses locais variavam com áreas entre 100 e 500 km², medidas comparáveis com as construções milenares descobertas no extremo oriental da Europa, território onde foi descoberta a cultura Trypillia que viveu há mais de 6.000 anos.

Roland Fletcher, arqueólogo e membro da equipe de pesquisa, ressalta que as florestas tropicais ainda são pouco exploradas devido aos seus fatores biológicos — como condições climáticas e relevo —, e acredita que locais como a Floresta do Congo, na África Central, também podem ter indícios de formações urbanas de baixa densidade.

Embora as descobertas sejam fascinantes, Prümers afirma que ainda há muitos pequenos detalhes a serem desvendados com outras técnicas de estudos arqueológicos. O especialista diz que somente escavações guiadas pelas evidências de mapas a laser poderão determinar as reais dimensões da cultura Casabare.

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