
O Amazonas aparece entre os estados com piores indicadores de desenvolvimento municipal no Brasil.
Segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM 2025), com base em dados de 2023, 57 municípios foram classificados como “críticos”, a faixa mais baixa do ranking.
Nenhuma cidade amazonense ultrapassou 0,6 no subíndice de educação, revelando carências estruturais na formação de capital humano.
Entre os casos mais graves, Ipixuna registrou o pior índice do país e Jutaí também figura entre os dez menos desenvolvidos do Brasil.
A capital, Manaus, aparece como exceção relativa, classificada na faixa “moderada”.
Ainda assim, está entre as capitais com desempenho mais fraco em saúde e educação. O contraste entre a metrópole e o interior revela um cenário de desigualdade que aprofunda as dificuldades históricas do estado.
Dependência fiscal e fragilidades estruturais
O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) reforça o quadro de vulnerabilidade: 82,3% dos municípios do Amazonas foram classificados como “críticos” no quesito autonomia, sem arrecadação própria suficiente para manter a máquina administrativa.
Em 22 cidades, o resultado foi ainda mais grave, com nota zero, indicando incapacidade total de sustento sem repasses externos.
Manaus, novamente, surge como exceção, alcançando destaque nacional em gestão fiscal.
Economistas apontam causas estruturais para esse quadro: economia local pouco diversificada, dependência de transferências federais, vasto território com comunidades isoladas e déficits persistentes em saúde e educação.
Esses fatores encarecem a oferta de serviços públicos e limitam as oportunidades de crescimento.
Com baixa autonomia financeira, os municípios têm dificuldade para planejar políticas de longo prazo, fazer investimentos e reagir a crises. Como consequência, o interior segue preso a ciclos de estagnação, ampliando o fosso em relação à capital.
Entre as estratégias defendidas estão a modernização da arrecadação, parcerias público-privadas voltadas ao extrativismo sustentável e turismo ecológico, maior cooperação regional entre municípios e investimentos prioritários em educação e saúde.
O desafio é romper a dependência estrutural e criar condições para que o desenvolvimento alcance todo o território amazonense.