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Desmatamento da Amazônia é o maior desde 2016


Dados do Deter, sistema de alertas do Inpe, apontam desmate 769 quilômetros quadrados, o pior desde 2016

Foto: Divulgação

O desmatamento na Amazônia aumentou, em junho, quase 60% em relação ao mesmo mês em 2018. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a florestaperdeu, no mês passado, 762,3 km² de mata nativa, o equivalente a duas vezes a área de Belo Horizonte.

No mesmo período, em junho de 2018, o desmatamento havia sido de 488,4 km². No acumulado de 2019, o Brasil viu uma redução de aproximadamente 1,5 vez o território da cidade de São Paulo: 2.273,6 km². Este é o pior registro desde 2016.

Na comparação mês a mês com relação a 2018, os dados estavam estáveis até abril. De abril a maio, o desmatamento deu um salto, de 247,2 km² a 735,8 km² de floresta destruída.

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Período de desmatamento

Segundo Carlos Rittl, diretor-executivo do Observatório do Clima, todos os anos o desmatamento se intensifica a partir de maio, quando o nível de chuva diminui na maior parte do país. Os dados indicam, segundo ele, que a abertura da “temporada de seca” de 2019 foi pior do que o ano anterior.

O Terra Brasilis foi criado em 2015 pelo Inpe. Ele é alimentado com dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), um “sistema de alerta para dar suporte à fiscalização e controle de desmatamento e da degradação florestal” ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

Metodologias

Os dados compilados no sistema Terra Brasilis não têm o objetivo de consolidar o desmatamento no bioma da mesma forma que é feito, por exemplo, pelo sistema do MapBiomas – mantido por entidades – ou do Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes).

O MapBiomas reúne informações coletadas ao longo de todo o ano e faz a limpeza e verificação dos dados, eliminando por exemplo nuvens e outras possíveis interferências para apresentar o dado consolidado do ano anterior. Tomando como base o Deter, que também é usado pelo Terra Brasilis, o MapBiomas também lançou recentemente um sistema de alertas de desmatamento que promete ajudar na aplicação de multas.

Pressão internacional

Os dados do desmatamento ganham destaque após o compromisso do Brasil com a preservação ambiental ser questionado por líderes europeus. Primeiro, dias antes da reunião do G20, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que queria “discussão clara” com Bolsonaro sobre desmatamento.

E nesta terça, o ministro francês do Meio Ambiente, François de Rugy, afirmou que o tratado União Europeia-Mercosul “só será ratificado se o Brasil respeitar os seus compromissos”, especialmente em relação à luta contra o desmatamento da Amazônia.

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