Área de 1.180,09 km² em situação de risco até o dia 28 do mês passado é a maior para maio desde 2016, apontam dados do Inpe
O desmatamento na Amazônia Legal em maio somaram 1.180,09 km² até o dia 28, resultado 64,2% superior ao registrado ao longo do mesmo mês de 2020. Apesar de preliminares, os dados já confirmam o pior resultado para maio desde 2016, ano em que os dados começaram a ser divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Ainda não foram computados os dados dos três últimos dias do mês, mas em apenas 28 dias os alertas de desmatamento abrangeram uma área de 1.180 km², um aumento de 41% em relação a maio de 2020, quando foram detectados alertas numa área de 834 km².
É a primeira vez que o número ultrapassa 1.000 km² para esse mês, segundo o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.
Segundo a rede de organizações da sociedade civil Observatório do Clima, o dado é preocupante, porque maio marca o início da estação seca, quando a devastação se intensifica em grande parte da região amazônica.
Esse é o terceiro recorde de desmatamento na Amazônia consecutivo este ano. Em março, o Deter detectou perda de 367 km² de floresta, um aumento de 12,5% em relação ao mesmo período de 2020 e maior área da série histórica para o mês. O ano de 2021 também teve o pior abril da série histórica, com alertas para uma área de 580,55 km².
Já os meses de janeiro e fevereiro de 2021 registraram índices de devastação menores do que os notificados no mesmo período no ano passado. No total de janeiro a maio deste ano, foram mais de 2.336 km² desmatados, um aumento de 14,6% na área devastada em relação ao mesmo período no ano passado.
O Greenpeace destaca que o aumento ocorre apesar da cobertura de nuvens ter sido superior nesses meses em 2021 e de ter chovido mais na região Norte, “o que em tese, deveria desacelerar o desmatamento”.