
O desmatamento na Amazônia teve alta de 92% em maio de 2025, em relação ao mesmo mês no ano passado, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira, 6. De acordo com o governo, a devastação tem agora um novo perfil, consequência dos incêndios e do colapso de florestas.
No acumulado de agosto a maio, o bioma registrou aumento de 9% no desmatamento, em comparação ao período de agosto de 2023 a maio de 2024. É a partir de maio que as nuvens se dissipam na Amazônia e os satélites conseguem “enxergar” melhor o cenário consolidado das áreas desmatadas.
O governo federal promete zerar o desmatamento em todos os biomas até 2030, meta que integra o compromisso de redução de emissões do País, sede da COP-30 neste ano.
Os ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia divulgaram hoje os dados coletados pelo Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
As informações do sistema de monitoramento, que funciona por meio de alertas diários, dão uma pista sobre dos dados consolidados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que registra taxas anuais de desmate.
Impacto dos incêndios
Conforme os dados do Inpe, o peso dos incêndios florestais sobre os número de desmatamento, quase insignificante no passado, tem aumentado – as queimadas foram responsáveis por 51% da área desmatada em maio.
Assim, boa parte dos 960 km2 de floresta perdidos em maio não foi causado pelo “corte raso” de vegetação nativa no último mês, e sim pelo colapso de áreas que pegaram fogo no segundo semestre do ano passado.
Segundo o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, trata-se de uma “realidade nova” para o combate ao desmatamento, com maior impacto do fogo sobre a floresta devido às mudanças climáticas e a ação antrópica.
O desmatamento na Amazônia vinha em trajetória de queda até recentemente, com uma diminuição de 45,7% na devastação registrada de agosto de 2023 a julho de 2024.