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Dia de Finados: Instituto prevê crescimento de 7% em flores

Produtores do Ceaflor que investiram nas espécies típicas da data já estão com praticamente tudo vendido. Ibraflor estima um aumento de 7% nas vendas em relação a 2024

Apesar da queda gradual no hábito de levar flores aos cemitérios, o Dia de Finados segue como uma data significativa para o mercado brasileiro de flores e plantas ornamentais. A tradição, hoje mais presente entre pessoas de idade mais avançada, ainda representa cerca de 3% do faturamento anual do setor e ocupa a 6ª posição em volume de produtos comercializados ao longo do ano. O Ibraflor – Instituto Brasileiro de Floricultura – prevê  um incremento de 7% nas vendas, em comparação  ao ano passado.

No Ceaflor, maior mercado atacadista do segmento no Brasil, produtores especializados em variedades típicas da data, como crisântemos, kalanchoes e kalandivas, se anteciparam com encomendas e já comercializaram grande parte da produção. A procura por outras flores envasadas também vem crescendo, ampliando o portfólio de produtos associados à data.

Além das mudanças culturais, fatores como o clima extremo e a escassez de mão de obra no campo têm impactado diretamente a produção. Dirceu Hasimoto, da Mix Flores (Atibaia/SP), que atua no Ceaflor, reduziu em 20% sua produção de kalanchoes e kalandivas em relação a 2024. A decisão foi motivada pelo aumento dos custos e pela dificuldade de encontrar trabalhadores, embora toda a produção já esteja vendida.

“O custo de produção subiu muito e não conseguimos repassar. Por isso, optamos por atender apenas clientes que garantiram a compra. Em Finados, vendemos cerca de cinco vezes mais do que em uma semana comum, mas não temos equipe suficiente para atender toda essa demanda”, explica Hasimoto.

Mesmo diante dos desafios, há quem aposte na expansão. O engenheiro agrônomo e produtor rural Caio Shiroto, da Flora Shiroto, aumentou em 20% a produção de crisântemos no pote 15 e da variedade Bola Belga. “Percebemos um aumento na demanda e decidimos investir. Como Finados cai em um domingo este ano, há mais chances de as pessoas irem aos cemitérios prestar homenagens”, comenta.

Caio destaca, no entanto, que produzir crisântemos para Finados exige atenção especial às variações climáticas. Mesmo com o plantio realizado na mesma época, algumas variedades florescem antes do previsto, enquanto outras atrasam. Para lidar com isso, ele tem investido em tecnologias que ajudam a mitigar os efeitos do clima.

Outro ponto crítico de se produzir para datas especiais, segundo o produtor, é a escassez de mão de obra e a necessidade de reservar áreas específicas para essa produção sazonal. “A falta de trabalhadores sobrecarrega as atividades semanais, e a estufa fica ociosa em parte do ano, o que eleva os custos. Hoje, o produtor precisa fazer contas e avaliar o que é mais viável para seu modelo de negócio”, conclui.

O presidente do Ceaflor, Antônio Carlos Rodrigues, reconhece o empenho dos produtores em se reinventar e abastecer o mercado com variedade e qualidade. “Além dos tradicionais crisântemos, outras flores envasadas passaram a integrar o portfólio da data, como antúrios e até algumas espécies de plantas verdes. Finados continua sendo uma data relevante para o setor e é trabalhada com dedicação por nossos produtores”, afirma.

Sobre o Ceaflor

Com seis anos de atuação, o Ceaflor se consolidou como o maior mercado atacadista de flores, plantas e acessórios para floricultura, paisagismo e decoração do Brasil. Sua criação foi decisiva para elevar a participação da região de Holambra no mercado nacional, que passou de 48% para quase 70%.

Resultado da iniciativa de um grupo de empresários e produtores experientes, o Ceaflor movimenta a economia local com 1.600 empregos diretos e diversos postos indiretos em sítios e empresas representadas. Com 946 boxes em funcionamento, o mercado reúne uma ampla variedade de produtos cultivados em diferentes estados brasileiros, como São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Localizado em Jaguariúna |(SP), a menos de 5 km do centro de Holambra, cidade reconhecida como a capital nacional das flores e plantas ornamentais, o Ceaflor é referência no setor e segue impulsionando o crescimento da cadeia produtiva no país.

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