Objetivo é disseminar informações sobre medidas de prevenção, formas de acesso ao diagnóstico e opções de tratamento para a doença

No Brasil, cerca de 50 mil pessoas com doença renal morrem, por ano, antes de ter acesso à diálise ou ao transplante, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Visando fazer um alerta sobre o cuidado com a saúde dos rins, o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-Ufam), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vai promover programação alusiva ao Dia Mundial do Rim: terceira quinta-feira do mês de março e que, este ano, acontece no dia 13.
O objetivo é ampliar o conhecimento sobre o assunto com a divulgação sobre medidas de prevenção, formas de acesso ao diagnóstico e opções de tratamento para a doença. As atividades vão acontecer nos dias 13, 14 e 15 de março, nas dependências do HUGV-Ufam – hall do hospital, ambulatório Araújo Lima e no Serviço de Hemodiálise do hospital, de 7h ao meio-dia.
Na programação, será oferecido um café de recepção aos pacientes, realizadas orientações de prevenção de doenças renais, montagem de estande com simulação de diálise no hall para todos os públicos do HUGV, distribuição de material educativo, games e quiz sobre o tema, além da realização de exames de creatinina e de glicose. O evento conta com a parceria da Sociedade Amazonense de Nefrologia e Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
Durante o evento, também está previsto o atendimento de 100 pacientes de primeira vez, todos saídos da fila do Sistema de Regulação do estado, que já foram triados e estão fazendo os exames necessários. Esta ação visa realizar a identificação precoce de doenças renais na população do Amazonas, via Sistema Único de Saúde (SUS).
Sobre a doença renal
A doença renal pode ser prevenida e, quando diagnosticada precocemente, controlada. Os exames indicados para identificar doenças renais são dosagem de creatinina no sangue e exame de urina. Segundo especialistas, os sintomas dependem das causas da doença renal e podem variar desde uma simples dor lombar, fadiga e fraqueza, perda de apetite, náusea e vômitos, até edemas e alterações na frequência e na cor da urina.
Há dois tipos de pacientes renais: o agudo, quando há um declínio agudo na função renal, que causa um aumento na creatinina sérica e/ou uma queda no débito urinário; e o crônico (quando há perda progressiva e irreversível da função dos rins).
De acordo com a médica nefrologista, Samanta Samara Bicharra dos Santos, da Unidade do Sistema Urinário do HUGV, a notificação de casos na região Norte representa um dos principais desafios para a obtenção de dados epidemiológicos fidedignos sobre a Doença Renal Crônica (DRC).
“A adesão dos centros de diálise à Sociedade Brasileira de Nefrologia é fundamental para a formulação de um censo mais preciso, permitindo a elaboração de estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes. Atualmente, atendemos 43 pacientes em Terapia Renal Substitutiva (TRS), sendo a maioria portadora de diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica, condições crônicas com possibilidade de controle clínico. A detecção e o manejo precoce desses fatores de risco são essenciais para retardar a progressão da doença renal.
Bicharra fala ainda da importância do acompanhamento dos pacientes desde o início: “Nesse contexto, o Programa Hiperdia, implementado na Atenção Primária à Saúde (APS), viabiliza o cadastramento e o acompanhamento longitudinal de pacientes com hipertensão arterial e diabetes mellitus, promovendo intervenções preventivas e terapêuticas direcionadas. A integração entre os níveis de atenção primária, secundária e terciária é imprescindível para garantir um manejo eficaz da DRC, otimizando o rastreamento, a estratificação de risco e o encaminhamento oportuno ao especialista.
Na APS, os profissionais de saúde desempenham um papel crucial na identificação precoce dos pacientes de risco, na orientação terapêutica inicial e na definição de critérios para referência ao nefrologista. Dessa forma, indivíduos com diabetes ou hipertensão devem manter acompanhamento clínico regular e aderir às medidas de prevenção, que incluem o controle metabólico, a adesão terapêutica e a adoção de um estilo de vida saudável”, ressalta.
Os principais grupos de risco para desenvolvimento de doenças renais são pessoas idosas e indivíduos com condições como hipertensão arterial sistêmica, diabetes e doenças cardíacas. Fatores como tabagismo, obesidade (associados aos hábitos e estilo de vida) e uso frequente de medicamentos anti-inflamatórios também podem ocasionar comprometimento renal.
Ter um estilo de vida saudável é crucial para a saúde dos rins: adoção de dieta saudável; prática regular de exercícios físicos; controle do peso, da pressão arterial e dos níveis glicêmicos; além de evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool; e realizar consultas médicas regulares, principalmente, para os pacientes que possuem algum fator de risco.
Este ano, a campanha da Sociedade Brasileira de Nefrologia está focada no tema “Seus rins estão OK? Faça o exame de creatinina para saber”. Diversas peças publicitárias serão utilizadas durante eventos em instituições de mais de mil localidades no país. As ações envolvem também iluminação de monumentos e prédios públicos, eventos educativos, aulas, ações de Ligas Acadêmicas e iniciativas em redes sociais.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV-UFAM) faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.