
O município amazonense de São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro, foi a última parada da comitiva de ministros e diplomatas estrangeiros no Amazonas, nesta sexta-feira (6). Ontem em Manaus, eles visitaram um assentamento modelo e um laboratório da Polícia Federal para investigar crimes ambientais no estado.
Liderada pelo vice-presidente da República e presidente do Conselho da Amazônia, Hamilton Mourão, a comitiva – com 12 diplomatas de vários países, ministros e o governador Wilson Lima – esteve no Amazonas com a missão de conhecer de perto a região por três dias.
Em São Gabriel com a maior população indígena do Brasil, o grupo visitou o 5º Pelotão Especial de Fronteira, na comunidade de Maturacá, próximo ao Pico da Neblina e da fronteira com a Venezuela. Também estiveram na 2ª Brigada de Infantaria de Selva e da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), vinculada ao Ministério da Saúde.
Na quinta-feira (5), em Manaus, a equipe visitou o laboratório modelo de investigação de crime ambiental, na sede da Superintendência da Polícia Federal. Também conheceu a Flotilha da Amazônia e o Encontro das Águas entre o Rio Negro e Solimões, cartão postal de Manaus. se misturar.
O grupo também foi conhecer, de perto, o Projeto Integrado de Colonização Bela Vista, coordenado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o projeto abriga famílias assentadas em uma área de aproximadamente 785 mil hectares, ocupada desde 1971.
Atualmente, dos 1.311 lotes georreferenciados, 446 já receberam o título definitivo. Ao apresentar o projeto aos embaixadores, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacou a importância da ação.
“É a importância de um assentamento que deu certo. Então, a gente vê que quando a regularização chega logo, as pessoas têm condições de tomar crédito, de gerir sua propriedade e de gerar riquezas, não só para o município, mas também para o estado e as famílias”, explica Tereza Cristina.
Hamilton Mourão voltou a defender a importância da regularização fundiária para trazer desenvolvimento e preservação ambiental para a Amazônia Legal. Ainda ontem, a comitiva visitou o Comando Militar da Amazônia.
Encerramento da missão
“Hoje, o vice-presidente da República e a sua comitiva de ministros trazem os embaixadores à Amazônia profunda, a uma área de fronteira. Nós tivemos a oportunidade de ir até o Pelotão de Fronteira de Maturacá, onde moram cinco comunidades indígenas da etnia Ianomâmi. Essa vinda aqui é muito didática para eles, para poderem entender o que a gente passa no nosso dia a dia, o quanto essa região aqui é uma região em que a gente ainda tem muitas dificuldades, mas que tem muito potencial, e o que o povo tem feito por essa região para preservá-la”, disse o governador Wilson Lima.
Para Lima o Conselho da Amazônia junto às missões diplomáticas é importante para mostrar à comunidade internacional que os governos estão vigilantes e preocupados com o desenvolvimento sustentável da região.
“Há muito tempo, as pessoas fazem comentários, declarações sobre a Amazônia, baseados apenas em fotos e vídeos, sem nunca terem vindo à Amazônia. Por isso que a gente está trazendo, a vice-presidência está trazendo esses embaixadores, e eu acredito que eles saem daqui com uma visão bem diferente da que tinham anteriormente sobre a Amazônia”, destacou o governador do Amazonas.
Em discurso durante formatura militar na 2ª Brigada de Infantaria de Selva, o vice-presidente Hamilton Mourão também destacou os objetivos que nortearam a viagem da comitiva ao Amazonas.
“Quisemos mostrar um pouquinho daquilo que o Estado brasileiro faz nessa região tão longínqua da sua área mais central e deixar muito claro para as senhoras e senhores o compromisso do Estado brasileiro, hoje, representado pelo Governo do presidente Bolsonaro, com a proteção, a preservação e o desenvolvimento da Amazônia”, afirmou o general.
A comitiva internacional liderada pelo Conselho da Amazônia foi formada pelos chefes de missões diplomáticas da África do Sul, Espanha, Peru, Colômbia, Canadá, Suécia, Alemanha, União Europeia, Reino Unido, França, Portugal e da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Também participaram da viagem os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.